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Mosaico da Via Láctea – by Axel Mellinger

Essa imagem da via Láctea aqui reproduzida e obtida da edição da revista Astronomy representa o projeto de longo prazo de Axel Mellinger, professor de física na Universidade Central de Michigan. Mellinger combinou imagens de 70 diferentes campos de visão, cada um deles medindo 40 por 27 graus. Para garantir a consistência do mosaico, ele sobrepôs 15% de cada campo para montar a imagem final.

Mellinger começou a tirar fotos da Via Láctea em Outubro de 2007 e terminou o seu trabalho em Agosto de 2009. Ele tirou as fotos de dois locais na África do Sul para os campos com declinações centradas em -90, -62, -32 e 0. Para os campos centrados no norte com declinações de 32, 62 e 90 ele usou quatro locais no Texas e três em Michigan.

Para fazer esse trabalho ele acoplou uma câmera Minolta de 50 mm MD com f/1.4 a um Santa Barbara Instrument Group STL-11000 CCD. Para melhorar a qualidade das fotos, Mellinger parou a lente em f/4 para todas as exposições. Campos foram combinados para fazer fotos através de filtros vermelho, verde e azul.

Para melhorar o intervalo dinâmico das fotos, Mellinger combinou três diferentes exposições: 0.5, 15 e 240 segundos. Ele fazia cinco frames em cada exposição com cada filtro. Fazendo uma conta rápida podemos chegar ao incrível número de 3150 fotos obtidas para construir o panorama aqui apresentado. A escala final da imagem é de 36 polegadas por pixel o limite de magnitude é 14 e o mosaico inteiro mede 36000 pixels por 18000 pixels num total de 648 megapixels.

Após adquirir as exposições, Mellinger  as processava para deixá-las coerentes. Um problema que ele teve foi o de eliminar a contribuição do brilho do céu. Nisso pode-se incluir poluição luminosa, neblinas e luz zodiacal. Além disso ele tinha que manter na imagem a luz proveniente de estrelas distantes e apagadas, luz de galáxias difusas e a luz proveniente de galáxias não observadas que contribuem para a luz de fundo.

Ele separou a luz indesejável usando dados de fotometria visual a partir dos instrumentos chamados fotopolarímetros  instalados nas sondas Pioneer 10 e 11. Esses instrumentos fornecem medidas do chamado brilho bom de fundo. Então Mellinger com uma simples operação de subtração conseguiu remover o brilho que fazia “mal” para a sua imagem.

Melinger espera que esse panorama que ele criou tenha uma validade educacional. Ele também reconheceu o valor científico fornecendo uma superfície fotométrica de alta qualidade da Via Láctea. A imagem realmente é muito bela e aqui é apresentada originalmente e depois com os principais objetos identificados na imagem que serão explicados posteriormente.


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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