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Mosaico da Sonda LRO Revela Feições Interessantes da Lua

Se observarmos em detalhe uma parte de um mosaico feito pela Wide Angle Camera (WAC) da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter da Lua, muitas feições interessantes podem ser observadas, numa verdadeira mescla de feições lunares.  Observando a imagem acima, podemos começar próximo da parte superior esquerda está uma feição chamada pelos pesquisadores de Parrot DA, oficialmente ela não tem essas letras, mas como está próxima da Parrot D, a cratera à esquerda da tipo DA. A Parrot DA é quase uma cratera concêntrica. Ela tem uma cadeia que continua ao redor do anel da cratera, um pouco abaixo da crista do anel. Ela não parece ser vulcânica, mas sim, se parece mais com um deslizamento uniforme de material do seu anel. Agora vamos mover para leste, para a Burnham, marcada com um sinal de (+). Essa feição pode ser uma antiga bacia secundária feita de múltiplas crateras sobrepostas. O que nos chama a atenção é a massa de saltos e as colinas em seu interior, de onde elas vieram? Elas parecem muito grande para simplesmente serem material que escorregou do anel. Outra feição um pouco menor é a Abulfeda D. Essa cratera na forma de lágrima é uma das crateras secundárias assimétricas da Bacia Nectarias, que Bill Ambrose mapeou. Elas se formaram por impactos ocorridos em baixa velocidade e em ângulos oblíquos baixos também. A parada final das feições da Lua nesse mosaico é a Abulfeda F, próxima da parte inferior direita da imagem. Essa cratera não circular é feita de duas partes circulares com uma parede perdida onde elas se interceptam. Essa é a assinatura morfológica de um impacto simultâneo. Essa cratera poderia ter sido formada como uma secundária de um ângulo maior da Nectaris, mas ela é muito mais jovem do que as outras crateras secundárias da Nectaris e não é radial a bacia, duas questões fatais que a fazem não ser considerada uma cratera secundária. Talvez então ela seja o resultado de um impacto único de um asteroide ou cometa que foi partido em dois pedaços pela gravidade da Lua e separado pouco tempo antes do impacto. Se você olhar ao redor poderá encontrar outras feições fascinantes, além disso qualquer mosaico em alta resolução feito pela sonda LRO da Lua pode revelar uma infinidade de detalhes e é isso que torna nosso satélite um objeto fascinante de ser explorado.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/August+7%2C+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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