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Micro Feições Interessantes na Lua

A imagem acima é o processamento de uma imagem LRO WAC que mostra essa área do Mare Imbrium ao norte da Helicon e da LeVerrier. Existe um grande número de pequenas e interessantes feições para se explorar aqui, mas a primeira é notar a grande diferença na escala em relação a suavização da superfície. Na imagem anotada abaixo, uma linha horizontal marca a fronteira entre a lava rugosa e a superfície mais suave abaixo da linha. Pelo fato dessa fronteira ser tão diretamente identificada é provável que apareça no processamento da imagem LRO, mas existem algumas crateras abaixo da linha. Se essa linha for real ela é a divisão entre uma unidade de lava mais ovem e uma superfície rugosa mais antiga. Todas as feições de interesse nessa imagem estão acima da linha. Por exemplo, os dois objetos circulados. O da esquerda é uma cratera que não parece com uma cratera normal de impacto. Ela tem um anel bem baixo e um interior raso. Provavelmente é uma cratera normal de impacto foi preenchida por um fluxo de lava. O segundo círculo à direita marca apenas uma feição peculiar. Ela tem um buraco circular no centro – ele parece um domo amassado. Ele precisa ser parte de uma estrutura vulcânica. Outras feições, você notaram a presença de crateras com ausência de anéis espalhadas pela imagem? Existe, por exemplo, uma em cada lado da letra R na imagem abaixo. Essas feições podem ser buracos colapsados, pelo fato de ocorrerem em vazios criados pelo soterramento de tubos de lava que a drenavam. Ou eles podem ser crateras normais de impacto que foram envoltas posteriormente por lava que soterrou suas bases e não transbordou pelo anel. A última interpretação até faz sentido mas é possível ver no mínimo seis dessas estruturas. A cratera circulada na imagem acima poderia simplesmente ser a maior desse tipo de cratera inundada. As crateras inundadas marcadas com o número 3 na imagem abaixo são exemplos de fluxo de lava interagindo com crateras existentes. Assim, existem evidências para ambas as interpretações. O número 1 na imagem abaixo indica um pequeno segmento de um canal. Olhando com cuidado na imagem acima é possível ver uma cadeia baixa que continua em direção ao canal. Essa pode ser a expressão superfície de uma porção não colapsada de um tubo de lava. Aparentemente, observando várias imagens da Lua a que temos acesso, nenhuma parte de regiões de mar mostram feições similares a essa, e aí está uma das magias de se observar e analisar imagens lunares, sempre encontramos feições interessantes que nos surpreendem.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/January+27,+2011

 

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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