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12 de novembro de 2024

Os Materiais Derretidos Por Impactos Invisíveis na Lua

Alguma evidência sugere que a cratera Aristillus se formou a partir de um impacto oblíquo. Mas Lyn Carter e seus colegas acabaram de publicar um artigo (que pode ser encontrado na íntegra no final desse post) que demonstra que o que aconteceu deve ter sido mais complexo. O radar Mini-RF a bordo da sonda LRO vê a Lua de uma maneira diferente das câmeras. As câmeras registram a refletividade dos milímetros iniciais da superfície, já o radar penetra aproximadamente 1 metro dentro da superfície, detectando materiais com diferentes características físicas. O mosaico feito pela câmera WAC da sonda LRO mostrado acima na figura A destaca a área mostrada nas imagens subsequentes. A imagem de radar B revela muito claramente depósitos e fluxos de material derretido por impacto que são essencialmente invisíveis nos dados obtidos pela Kaguya Terrain Camera Image (D). A imagem colorida em C adiciona a imagem do radar um mapa de polarização do sinal do radar refletido que depende da textura da superfície na escala centimétrica. A cor verde mostra que os fluxos têm uma superfície rugosa na escala centimétrica, que é muito menor do que o que é visto nas imagens de hiper-resolução da câmera NAC da sonda LRO. E o fato dessa rugosidade estar na zona verde de polarização ao invés de estar na zona amarela ou vermelha, como o material derretido por impacto da Tycho, é consistente com o fato de a Aristillus ser mais de duas vezes mais velha do que a Tycho e assim os materiais derretidos por impacto estão opticamente escondidos abaixo de uma fina camada de regolito. Esses materiais derretidos por impacto mostram que uma parte da ejeção de material foi para nordeste da Aristillus, mas que uma quantidade maior cadeias e ondulações de escala maior do material ejetado foram nas direções ortogonais. Se a Aristillus se formou de um impacto oblíquo com ângulo relativamente alto, digamos 25º, deveria ter algum material ejetado em todas as direções, mas a maior parte para o lado como nós vimos. Finalmente o lobo superior do material derretido mostrado em (B) e (C) está praticamente em linha com as bandas escuras localizadas na parede da Aristillus que foram sugeridas como sendo material derretido por impacto que parece mais provável agora.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/March+3%2C+2012

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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