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14 de novembro de 2024

Marte – O Planeta Vermelho É Coberto de Lama?

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observatory_150105Alguns campos de lava de Marte, podem ser na verdade massivos fluxos de lama, dizem cientistas planetários depois de darem uma olhada detalhada na distinta Cerberus Fossae, indicando que a antiga feição pode não ter sido causada por nenhuma atividade vulcânica.

O rover Curiosity encontrou que o solo marciano é composto por comente 2 por cento de água.

Se esse é o caso, então muitos outros campos de lava em Marte precisam ser reexaminados, argumenta Lionel Wilson da Universidade do Havaí, em Manoa, e Peter Mouginis-Mark da Universidade de Lancaster em uma nova pesquisa publicada na revista Icarus.

Usando modelos e os últimos mapas de elevação de Cerberus Fossae, os pesquisadores concentraram na velocidade e na profundidade das texturas de fluxos vistas como o material cortado ao redor de pedaços de rochas e lavados nos taludes.

Se isso era lava, o comportamento deveria ser bem similar ao comportamento da lava na Terra, que frequentemente é quebrada, possui uma crosta no topo que mostra como ela fluiu antes de se resfriar e solidificar.

Mas a lama poderia ter uma crosta achatada também? Os autores propões que a lama, depois de ter sido expelida  do solo, desceu pelo talude de uma maneira diferente de qualquer tipo de fluxo de lama que ocorre na Terra. Por um lado, a pressão atmosférica menor de Marte faria com que a água dentro do fluxo de lama fervesse. Mas pelo fato da atmosfera de Marte ser muito fria, a lama no topo do fluxo estaria em contato com o ar e congelaria rapidamente criando uma crosta achatada.

“Pode parecer estranho que você pode ferver e congelar a água ao mesmo tempo, mas em Marte a pressão atmosférica permite que algo desse tipo ocorra”, disse Wilson. A viscosidade do fluxo de lama, seria parecida com a viscosidade do óleo de motor SAE 40.

A velocidade com a qual a lava flui é importante. Os pesquisadores acreditam que haja pouco turbulência dentro do fluxo para criar feições vistas hoje.

“A questão principal é que o fluxo com texturas de superfície como esses que são vistos em vários lugares em Marte foram assumidos como sendo fluxos de lava”, disse Wilson. “Mas se nossas estimativas da velocidade do fluxo e da profundidade estiverem corretas, então qualquer lava movendo-se nessa profundidade e com essa velocidade teria uma viscosidade muito baixa e seria muito turbulenta”.

Mas as texturas de superfície de Cerberus Fossae, e especialmente a maneira como as texturas são preservadas, quando o fluxo se separa e recombina ao redor dos obstáculos, sugere que esse fluxo era muito suave – algo que nós chamamos de fluxo laminar. “Então como nós podemos ter um fluxo laminar com uma baixa viscosidade?”.

Fonte:

http://news.discovery.com/space/mars-the-muddy-red-planet-140331.htm


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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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