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Magnetar e Pulsar: Os Dois Lados de De Uma Mesma Estrela – Space Today TV Ep.1282

Com certeza você já ouviu a expressão, as duas faces de uma mesma moeda, mas será que isso se aplica a objetos astronômicos, e no caso às estrelas.

Se aplica sim, mas em um caso muito especial, no caso, nas estrelas de nêutrons.

A estrela de nêutrons como estamos vendo nos últimos vídeos, se forma, quando uma estrela de grande massa chega ao final da sua vida, o que resta então, é a estrela de nêutrons, já vimos também que estrelas de nêutrons altamente magnetizadas podem girar rapidamente, e emitir feixes de ondas de rádio em pulsos bem precisos, chamamos esse caso especial de um pulsar de rádio.

E se as estrelas de nêutrons tiverem um campo magnético mais forte ainda, elas são chamadas de magnetars, as estrelas com campos magnéticos mais intensos do universo, que chega a ser trilhões de vezes mais forte que o campo magnético do Sol.

Durante muitas décadas, os astrônomos pensaram que os pulsares e as magnetars fossem duas populações distintas de estrelas de nêutrons.

Porém, observações recentes trazem fortes evidências de que elas podem ser estágios evolutivos de uma mesma estrela. Ou seja, ela pode começar como uma estrela de nêutrons, evoluir para um pulsar e depois para uma magnetar.

Assim, os pulsares e as magnetrs seriam os dois lados distintos de uma mesma estrela.

Se bem que essa ordem não está bem definida ainda, existem observações que mostram que com o tempo as magnetars param de emitir raios-gamma, se transformando em pulsares, e outros dizem que os pulsares aos poucos começam a se magnetizar criando rupturas que emitem raios-gamma e se transformam em magnetars.

O problema disso vocês já devem imaginar qual é, tanto os pulsares, como as magnetars são objetos extremamente difíceis de serem observados.

Primeiro, as magnetars vivem muito pouco tempo, poucos anos, em segundo lugar, os pulsares são muito antigos e em terceiro lugar, eles não acontecem a todo momento, principalmente na nossa vizinhança, isso complica muito o estudo desses objetos e a definição de como acontece a evolução de uma estrela de nêutrons.

Mesmo sendo complicado, os astrônomos já conseguiram algumas observações importantes, principalmente usando uma frota de telescópios espaciais, como o Fermi, o NuSTAR, o Swift, o XMM-Newton e o RXTE.

Os astrônomos conseguiram observar ondas sísmicas atravessando uma magnetar, conseguiram também observar uma chamada nebulosa de vento emitida por uma magnetar, além de observar uma magnetar considerada a estrela de nêutrons de rotação mais baixa já detectada.

Muito provavelmente com o tempo, os astrônomos conseguiram descobrir qual é a linha evolutiva correta, mas no momento o que importa é saber que essas estrelas têm muito a nos ensinar sobre a forma mais densa de matéria no universo, e sobre os campos magnéticos mais fortes existentes.

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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