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Luz e Poeira Numa Galáxia Próxima de Explosão de Estrelas

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observatory_150105Visível como um gancho pequeno e brilhante no céu escuro, esse belo objeto é conhecido como J082354.96+280621.6, ou J082354.96, para simplificar, ou não. Esse objeto é na verdade uma galáxia de explosão de estrelas, assim chamada devido a sua incrível e incomum elevada taxa de formação de estrelas que está ocorrendo em seu interior.

Uma maneira como os astrônomos pesquisam a natureza e a estrutura de galáxias como essa é observando o comportamento dos seus componentes de poeira e gás, em particular a chamada emissão de Lyman-alfa. Esse tipo de emissão ocorre quando os elétrons dentro de um átomo de hidrogênio caem de um nível de energia mais alto para um mais baixo, emitindo luz durante o processo. Essa emissão é interessante, pois essa luz deixa a sua galáxia de origem após um extenso espalhamento no gás próximo, significando que essa luz pode ser usada como uma fonte direta para se pesquisar do que a galáxia é constituída.

O estudo dessa emissão de Lyman-alfa é comum em galáxias bem distantes, mas agora, um estudo chamado de LARS (Lyman Alpha Reference Sample), está investigando o mesmo efeito em galáxias que estão mais próximas. Os astrônomos escolheram catorze galáxias, incluindo essa mostrada na imagem acima, e usaram espectroscopia e imageamento para ver o que está acontecendo dentro delas. Eles descobriram então que esses fótons provenientes da emissão Lyman-alfa podem viajar muito mais distante se a galáxia tem menos poeira, significando que nós podemos usar essa emissão para inferir quão empoeirada a galáxia de origem é.

O estudo do LARS depende pesadamente no alto poder de resolução do Telescópio Espacial Hubble. Quando o Hubble for aposentado, nenhum outro telescópio será capaz de fazer observações como essa na parte mais distante do ultravioleta do espectro, significando que, galáxias brilhantes, imageadas e pesquisadas por estudos como o do LARS podem nos dar alguns dos dados mais detalhados e que nós temos que trabalhar com eles por um curto período de tempo, até a aposentadoria do Hubble.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1313a/

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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