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Local de Pouso da Apollo 16 pela LRO

O módulo lunar Orion pousou no Planalto de Descartes na Lua em 21 de Abril de 1972. A missão Apollo 16 tinha como alvo uma região de planalto. Originalmente pensava-se que esse era um local formado por rochas vulcânicas, porém as amostras que retornaram com a Apollo 16 mostraram que os planaltos lunares são constituídos primariamente de rochas de impacto, brechas, isso mostrou ser um dos espetaculares resultados científicos das missões Apollo até a Lua.

A imagem feita pela sonda LRO da NASA mostra o local de pouso da Apollo 16. Essa imagem foi adquirida quando o Sol estava próximo da sua posição mais alta em relação ao local de pouso. Com o Sol bem alto é possível devido ao contraste causado entre os objetos metálicos e a sua volta constituída de material lunar observar claramente os artefatos humanos deixados pelos astronautas na Lua. Os astronautas da Apollo 16 perturbaram o solo lunar a medida que eles se movimentavam explorando as vizinhanças do local de pouso, esse material remexido criou linhas negras que podem ser identificadas nas imagens. Os astronautas gastaram uma grande quantidade do tempo que passaram na Lua ao redor do módulo lunar, durante os três passeios extra-veiculares que realizaram, devido a isso, é possível observar um halo negro ao redor do módulo lunar, o objeto mais brilhante na imagem. O mesmo halo negro aparece ao redor do local de estacionamento do veículo lunar. Essa localização foi identificada como sendo uma região de interesse devido as grandes questões cientificas que poderiam ser respondidas  estudando-a. Por exemplo, semelhante a outros locais de pouso da Apollo, os artefatos deixados pela Apollo 16 fornecem um registro do clima espacial desde 1972. Vários experimentos de longa duração já foram planejados, incluindo o Long Duration Exposure Facility que aconteceu na MIR, mas todos eles foram feitos em órbita baixo próximo da Terra, para estudar o efeito de uma longa exposição no espaço. Estudar o que décadas de exposição ao ambiente lunar causou nos artefatos ali deixados irá fornecer elementos chave para os engenheiros desenvolverem futuros sistemas que possam operar em longos períodos em um ambiente extra-terrestre, como a Lua, Marte, asteróides e outros.

O local de pouso da Apollo 16 também fornece acesso as rochas de planalto, essas rochas fazem parte de 70% do solo lunar e esse local de pouso seria um grande lugar para estudos de amostras adicionais que ajudariam a caracterizar os materiais que constituem a maior parte do nosso satélite.

Fonte:

http://www.nasa.gov/mission_pages/LRO/multimedia/lroimages/lroc-20100708-apollo16.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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