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Inferências Poderosas a partir de Crateras Similares na Lua

Cruzando os planaltos centrais do lado visível da Lua, existe um grande número de crateras similares. Aproximadamente, todas as crateras localizadas no lado esquerdo da imagem  caem nessa categoria. Elas tem normalmente algumas dezenas de quilômetros em diâmetro, possuem paredes internas alteradas, não possuem picos centrais e têm um interior suave. Essas crateras são velhas o suficiente para terem sido modificadas pela erosão, boa parte dessa erosão e modificação ocorre em eventos discretos e instantâneos quando material ejetado das bacias Nectaris, Imbrium e Orientale caem do céu como uma tempestade de névoa de partículas fluidizadas. Esse material rochoso flui talude abaixo desde onde eles atingiram a superfície, suavizando a parede da cratera, e preenchendo pontos mais inferiores – incluindo o interior das crateras. Pelo fato da maioria das grandes crateras nessa imagem terem sido suavizadas pela ejeção das bacias, é possível inferir que a maioria das crateras de tamanho médio se formaram antes das bacias. Como as bacias se formaram a 3.8 bilhões de anos atrás, pode-se concluir que a taxa de impactos experimentados pela Lua desde então reduziu de forma drástica. Se a taxa de formação de crateras fosse o mesmo após os eventos de formação de bacias, como era antes, existiriam muito mais crateras sem modificação, ou seja, teríamos crateras parecidas com as três crateras localizadas na parte inferior da imagem.

Fonte:

http://lpod.wikispaces.com/December+28,+2010

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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