Um mapeamento extensivo feito por radar da região de latitude intermediária no hemisfério norte de Marte, mostrou que uma espessa massa de gelo enterrada é muito comum de ser encontrada abaixo de uma cobertura protetora de rochas.
A habilidade da sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA de continuar mapeando as localizações dessas geleiras escondidas e de vales cobertos de gelo – primeiro confirmado por radar a dois anos atrás – adiciona pistas sobre como esses depósitos podem ter sido deixados intocados quando camadas de gelo regionais recuaram.
Os depósitos de gelo em subsuperfície estendem-se por centenas de quilômetros, numa região chamada de Deuteronilus Mensae, localizada aproximadamente a meio caminho entre o equador e o pólo norte marciano. Jeffrey Plaut do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (JPL) e seus colegas prepararam um mapa da região confirmando a presença de gelo, para ser apresentado na 41º Conferência de Ciência Lunar e Planetária próximo a Houston.
O instrumento de Radar Raso a bordo realizou mais de 250 observações da área de estudo que tem o tamanho da Califórnia.
“Nós mapeamos toda a área com uma alta densidade de cobertura”, disse Plaut. “Não são feições isoladas. Nesta área, o radar detectou uma espessa camada de gelo em subsuperfície em várias regiões”. As localizações mais comuns são em vales e crateras além de escarpas e platôs.
Plaut diz que, “A hipótese é que toda a área foi coberta por uma camada de gelo durante um período climático diferente, e quando o clima se tornou seco, esses depósitos continuaram a existir somente onde eles possuíam uma cobertura de rochas que protegia o gelo da ação da atmosfera”.
Os pesquisadores planejam continuar com o mapeamento. Essas massas de gelo enterradas são uma fração significante do gelo não polar conhecido de Marte. O gelo pode conter um registro de condições ambientais na mesma época da deposição e do fluxo, fazendo dessas massas de gelo um possível alvo para futuras missões que tenham a capacidade de escavar o terreno.