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Hubble Faz Imagem da NGC 2146 e Mostra a Sua Estranha Distorção


Uma galáxia está sendo esticada perdendo a sua forma e foi imageada pelo Telescópio Espacial Hubble das Agências Espaciais NASA e ESA. Conhecida como NGC 2146, essa galáxia tem sofrido sérias torções e deformações de modo que um de seus imensos braços empoeirados localiza-se agora diretamente em frente ao centro da galáxia, como mostra a imagem acima.

A NGC 2146 é classificada como uma espiral barrada devido a sua forma, mas a feição mais distinta é o seu braço espiral que faz um laço em frente ao centro da galáxia como pode ser visto da nossa perspectiva. As forças necessárias para distorcer essa estrutura de sua forma natural e torcê-la em 45 graus são colossais. A explicação mais provável é que exista uma galáxia vizinha e que ela esteja perturbando gravitacionalmente e distorcendo a órbita da maioria das estrelas da NGC 2146. É provável que nós estejamos atualmente testemunhando os estágios finais de um processo que está ocorrendo por dezenas de milhões de anos.

A NGC 2146 está passando por intenso processo de formação de estrelas, esse processo é tão violento dentro da galáxia que ela é chamada de galáxia de explosão de estrelas. Esse é um estado comum para as espirais barradas, mas a ruptura gravitacional extra que a NGC 2146 está enfrentando sem duvida alguma supera esse fato da formação de estrelas, pois o processo de torção da galáxia comprimi nebulosas ricas em hidrogênio e dispara assim o processo de geração de estrelas.

Medindo aproximadamente 80000 anos-luz de uma ponta a outra, a NGC 2146 é um pouco menor que a Via Láctea. Ela está localizada a aproximadamente 70 milhões de anos-luz de distância da Terra na direção da apagada constelação do céu do norte de Camelopardalis (A Girafa). Embora seja fácil de observá-la com um telescópio de tamanho moderado como um borrão de luz azul alongada, ela não tinha sido descoberta até 1876, quando o astrônomo alemão Friedrich Winnecke encontrou-a visualmente usando um telescópio de 16 centímetros.

Essa imagem foi criada a partir de outras imagens feitas com o Wide Field Channel da Advanced Camera for Surveys do Hubble. As imagens obtidas através do filtro do infravermelho próximo (F814W, coloridas em azul e laranja/marrom) foram combinadas com imagens feitas através do filtro que isola o brilho do gás hidrogênio (F658N, colorida em vermelho). Um canal adicional de cor verde foi também criado combinando os dois para ajudar a gerar uma coloração realística para a imagem feira a partir da combinação de um filtro pouco comum. O tempo total de exposição foi de 120 s e 700 s respectivamente e o campo de visão cobre uma área de 2.6 x 1.6 arcos de minutos.

Fonte:

http://www.spacetelescope.org/images/potw1134a/


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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