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Halo Lunar na Polônia

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observatory_150105A imagem acima mostra um clássico e complexo halo registrado por Leszek Sulich em Borowa Olesnicka, em Lower Silesia, na Polônia.

Para ver esse tipo fenômeno durante o dia, a luz do Sol deve ser surpreendente. Já para ver esse fenômeno durante a noite os raios gentis gerados pela Lua prateada devem ser surpreendentes.

Cristais de gelo com três classes de orientação ajudam a gerar o fenômeno registrado acima. O halo familiar de 22º vem da luz refratada através cristais aleatoriamente inclinados e com as faces laterais prismáticas inclinadas 60º um com relação ao outro. Cristais colunares horizontais geraram os arcos tangente superior e supralateral, o arco tangente gerado pela refração através das faces laterais inclinadas 60º e o arco supralateral é gerado pela passagem dos raios entre uma face lateral e uma face vertical terminal próxima. Cristais achatados orientados geraram os parélios lunares e boa parte do arco circumzenital. Existe um fraco e raro arco de Parry, formado a partir de colunas horizontais restritas de modo que duas faces do prisma permanecem num plano horizontal.

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Abaixo, o HaloSim traça os raios com os cristais contribuinte identificados.

Por que se tem uma inclinação particular de um alinhamento perfeito? Por que os específicos comprimentos e espessuras (razão = comprimento/largura)? Não existe um halo de 46 graus e as colunas aleatoriamente orientadas foram deliberadamente geradas longas para evitar a geração dele. Na natureza, a parte terminal  imperfeita das faces normalmente realiza o mesmo. O arco tangente superior não foi tão particularmente nítido nem extenso. As colunas do traçamento de raios receberam grandes oscilações de desvio padrão de 1 grau para serem reproduzidas. Similarmente o parélio lunar ficou nebuloso e duas populações de cristais foram programadas com oscilações em 2 e 5 graus. Os cristais Parry são muito eficientes em gerar os arcos de Parry e um mero aperto neles com uma pequena oscilação já é o truque.  Eles foram gerados longos para evitar a raríssima formação dos arcos de Parry supralaterais, novamente, imperfeições nas porções terminais dos cristais geram esse efeito. Não acredite tão fortemente na seleção resultante na opção Crystal Selection, a natureza é muito mais rica, com uma grande variedade de cristais, diversas regularidades e por outro lado uma grande variedade de perfeições e imperfeições que dão todo o charme aos fenômenos observados. O software só nos ajuda a entender um pouco melhor como esses fenômenos acontecem. Quem quiser brincar com esse software, pode fazer o download aqui: http://www.atoptics.co.uk/halo/downld.htm

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Fonte:

http://atoptics.co.uk/fz890.htm

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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