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Gigantesca Flare de Classe-X Entra Em Erupção no Sol – A Maior de 2014 (até o momento)

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observatory_15010541O máximo solar pode ter começado a diminuir, mas o Sol não tem a intenção de dormir tranquilamente no leito estelar. À 00:50 UTC, do dia 25 de Fevereiro de 2014, 21:50, hora de Brasília do dia 24 de Fevereiro de 2014, uma mancha solar emergiu do limbo sudeste do Sol, lançando uma imensa e furiosa flare que explodiu como Classe X5.

As flares solares da Classe X são as mais poderosas na classificação desses fenômenos, e se estiver apontada para a Terra, podem causar tempestades radioativas e impactar a atmosfera superior do nosso planeta, interferindo com a comunicação global e de satélites. Nesse caso, contudo, a flare entrou em erupção perpendicular com direção à Terra, de modo que o seu impacto deverá ser mínimo ao nosso planeta. Mas os observatórios espaciais a registraram de maneira espetacular.

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Na sequência de imagens do Solar Dynamics Observatory da NASA, o Sol, tranquilo, repentinamente entra em erupção com um flash, deixando para trás um emaranhando magnético. Os loops de magnetismo e plasma superaquecido se estendem da superfície solar alcançando temperaturas de muitos milhões de graus na atmosfera do Sol (conhecida como coroa). É nessa região, que o chamado clima espacial é gerado, criando rápidos fluxos de partículas carregadas (conhecido como vento solar), com flares solares e algumas vezes expelindo as chamadas ejeções de massa coronal (CMEs) no espaço interplanetário.

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Essa flare é a mais poderosa do ano de 2014 e foi gerada pela região ativa, conhecida como AR 1990. De maneira interessante, a mesma região ativa tem sido responsável por uma atividade considerável durante as rotações prévias pela superfície do Sol, e essa sua terceira volta, como notado por Tony Phillips do site Spaceweather.com, está prometendo ter uma grande atividade de explosões solares e flares.

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Embora essa última flare de Classe-X seja impressionante, ela ainda ocorre durante um ciclo solar que tem sido muito tranquilo. Os ciclos solares ocorrem aproximadamente a cada 11 anos e alcançam um pico na atividade magnética, durante o chamado máximo solar. A quantidade de atividade é medida pelo número de manchas solares que podem ser observadas no disco do Sol. As manchas solares são causadas pelas linhas do campo magnético que entram em erupção através da fotosfera solar (a superfície do Sol) – assim sendo, quando maior a atividade solar, maior o número de manchas solares observadas.

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A recente atividade no Sol, tem levado os estudiosos do clima espacial a preverem que o Sol pode estar passando por um aumento na atividade através de 2014, criando um máximo solar, com duplo pico. Mas, mesmo que isso aconteça, o ciclo atual (Ciclo Solar 24) é o mais fraco que a humanidade tem observado, desde o Ciclo Solar 14, que teve um máximo de contagem de manchas solares de 64.2 em Fevereiro de 1906. O máximo de manchas solares, ocorreu no último inverno, alcançando um pico de 67.

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As razões pela qual exista tamanha variabilidade na atividade do nosso Sol ainda não é totalmente entendida, provando para todos nós que mesmo a estrela mais próxima pode ainda ter grandes mistérios a serem revelados.


Fonte:

http://news.discovery.com/space/sun-erupts-with-huge-x-class-flare-biggest-of-2014-140224.htm

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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