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17 de novembro de 2024

Gigantes Gasosos Ricos Em Hélio Podem Ser Comuns na Via Láctea

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Planetas gasosos com atmosferas podem ser comuns na nossa galáxia, de acordo com um novo estudo aceito para publicação no Astrophysical Journal.

Até o momento, os astrônomos usando o Telescópio Espacial Kepler da NASA descobriram centenas de candidatos a planetas que caíram na categoria chamada de Netunos Quentes e sub-Netunos.

Esses exoplanetas gigantes gasosos teriam a massa aproximada de Netuno ou seriam um pouco mais leves, e orbitariam bem perto suas estrelas hospedeiras, o que os aqueceria em demasia.

De acordo com o novo estudo, a radiação das estrelas evaporaria o hidrogênio na atmosfera dos planetas. Tanto o hidrogênio como o héio são ingredientes comuns de planetas gasosos como esses. O hidrogênio é mais leve que o hélio e assim mais fácil de escapar.

Após de bilhões de anos perdendo hidrogênio, a atmosfera do planeta se tornaria enriquecida em hélio.

“O hidrogênio é cerca de 4 vezes mais leve que o hélio, assim ele desapareceria vagarosamente da atmosfera dos planetas, fazendo com que elas se tornassem mais concentradas com hélio com o decorrer do tempo. O processo seria gradual, levando cerca de 10 bilhões de anos para ser completado”, disse o principal autor do estudo, o Dr. Renyu Hu do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena.

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Os Netunos Quentes e sub-Netunos, acredita-se, tenham núcleos líquidos ou rochosos, envoltos por gás. Se o hélio é o componente dominante nas suas atmosferas os planetas apareceriam brancos ou cinzas.

Isso é contrastante com Netuno, que é azul devido a presença de metano. O metano absorve a cor vermelha deixando passar a cor azul. Netuno fica longe do Sol e não perdeu seu hidrogênio. O hidrogênio se junta com o carbono para formar o metano.

A falta de metano num Netuno Quente particular, Gliese 436b, é o fato o que levou os astrônomos a desenvolverem sua teoria planetária do hélio. O planeta, também é conhecido como GJ 436b, e foi descoberto em Agosto de 2004. Ele fica localizado na constelação de Leão, a aproximadamente 33.4 anos-luz de distância.

O Telescópio Espacial Spitzer da NASA previamente observou o Gliese 436b e encontrou evidências para o carbono mas não para o metano. Isso foi desafiador para os astrônomos, pois as moléculas são feitas de um átomo de carbono e quatro de hidrogênio, e planetas como esse são esperados ter muito hidrogênio.

De acordo com a teoria formulada pelo Dr. Hu e seus colegas, o hidrogênio pode ter sido tirado do planeta pela radiação das estrelas hospedeiras. Com menos hidrogênio ao redor, o carbono poderia parear com o oxigênio para criar o monóxido de carbono. De fato, o Spitzer da NASA encontrou evidências para uma predominância de monóxido de carbono na atmosfera do Gliese 436b.

O próximo passo para testar a teoria é buscar por outros Netunos Quentes e sub-Netunos por sinais de monóxido de carbono e dióxido de carbono, que são indicadores de atmosferas ricas em hélio.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/science-helium-rich-gas-giants-02905.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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