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O Fluxo de Detritos na Cratera Gardner na Lua


Entre as revelações visuais mais espetaculares feitas com a chamada câmera de ângulo restrito, ou NAC da sonda LRO sobre a Lua estão as variedades de paisagens que mostram de diversas maneiras como os fluxos de detritos na Lua interagem com o terreno ao redor. Como um sistema de rios entrelaçados esses fluxos secos de rochas pulverizadas serpenteiam e traçam o seu caminho nos taludes da cratera Gardner, como é mostrado na imagem principal desse post, até descansarem no interior da cratera. A cratera Gardner está localizada nas coordenadas 17.7? de latitude norte e 33.8? de longitude leste, na fronteira das terras altas que separam o Mare Tranquilitatis do Mare Sernenitatis. Visíveis na imagem estão os sinais de desvios sofridos pelos fluxos de detritos à medida que eles encontravam resistência no caminho. Porém do mesmo jeito outras partes do fluxo conseguiram fluir continuamente até o interior da cratera. Agora faça um exercício mental e tente imaginar essa parede de rocha fluidizada despencando pela parede da cratera e para fora do interior da mesma pouco depois do impacto que escavou a cratera principal ter ocorrido. Deve ter sido uma cena de cair o queixo!

A imagem de contexto, abaixo mostra os depósitos de basalto do Mare Tranquilitatis visíveis nas margens ao redor da região estreita de terreno mais alto onde a cratera Gardner está localizada. Perto da cratera Maraldi, a nordeste da Gardner, pode-se ver o preenchimento realizado por depósitos semelhantes.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/505-Debris-Flows-in-Gardner-Crater.html


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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