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A Face Mutante de Uma Duna de Areia

As duas fotos acima mostram a mesma duna de areia localizada na parte sul do Death Valley, e foram feitas com uma diferença de 15 anos. Ambas as fotos foram feitas com a câmera apontada para norte e foram feitas 15 minutos depois do pôr-do-Sol. A primeira foto foi feita na metade do mês de Janeiro de 1996 e a segunda foto foi feita no final de Novembro de 2011, o que importa é que o azimute para o pôr-do-Sol em ambas as imagens é idêntico. Desse modo as variações na intensidade das sombras refletem as mudanças na orientação das dunas ao invés de ser uma mudança no ângulo do Sol.

Essa duna é uma “duna estrela”, denominada assim devido às múltiplas cadeias que parecem apontadas para o cume, um efeito causado pelo vento que sopra em múltiplas direções. Por isso, a duna é também considerada bem simétrica, com o lado oeste (esquerdo) sendo somente um pouco mais íngreme do que o lado leste. Sem uma direção preferencial do vento, as dunas estrelas migram bem vagarosamente e normalmente crescem mais para cima do que lateralmente. Muitas dunas estrelas alcançam alturas de 200 metros ou mais, essa duna em particular mostrada na imagem acima tem aproximadamente 50 metros.

Mesmo assim, essa duna tem alterado a sua forma nos últimos 15 anos, provavelmente como o resultado do vento que soprou de leste para oeste mais do que nas outras direções. O que se pode notar de maneira mais fácil é a ondulação estreita entre o ponto mais alto na duna e a pequena cadeia no meio, assim é possível isolar a cadeia da duna principal. Esse alargamento parece ter ocorrido na face oeste brilhante e iluminada da duna principal, que também parece ser defletida para oeste, dado à diminuição da intensidade da sombra. Adicionalmente, a crista da pequena cadeia mostra muito mais curvatura do que ela tinha há 15 anos, no senso que sugere também a direção do vento de oeste.

Fonte:

http://epod.usra.edu/blog/2012/03/changing-face-of-a-sand-dune.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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