fbpx
26 de novembro de 2024

EXISTE ÁGUA NO SUBSOLO DO POLO SUL DE MARTE? O DEBATE CONTINUA!!!

INSCREVA-SE NO CIÊNCIA SEM FIM PARA NÃO PERDER NENHUM PAPO ESPECIAL DESSA SEMANA: https://www.youtube.com/c/Ci%C3%AAnciaSemFim INSCREVA-S ENO SPACE TODAY 2: https://www.youtube.com/channel/UCqswZBBNkoW9AiiYuVV-6xA VISITE A SPACE TODAY STORE, A PATROCINADORA OFICIAL DO SPACE TODAY: https://www.spacetodaystore.com/james-webb1/ O mesmo planeta, a mesma sonda, o mesmo…

INSCREVA-SE NO CIÊNCIA SEM FIM PARA NÃO PERDER NENHUM PAPO ESPECIAL DESSA SEMANA:

https://www.youtube.com/c/Ci%C3%AAnciaSemFim

INSCREVA-S ENO SPACE TODAY 2:

https://www.youtube.com/channel/UCqswZBBNkoW9AiiYuVV-6xA

VISITE A SPACE TODAY STORE, A PATROCINADORA OFICIAL DO SPACE TODAY:

https://www.spacetodaystore.com/james-webb1/

O mesmo planeta, a mesma sonda, o mesmo instrumento e o mesmo local investigado, porém interpretações totalmente diferentes.

Estamos falando de Marte, Água, a sonda Mars Express da ESA e o instrumento MARSIS, o local, a região polar sul do Planeta Vermelho.

No mesmo dia, duas publicações usando tudo isso igual apresentou resultados totalmente distintos com relação à presença de água líquida na subsuperfície de Marte.

Isso só nos mostra como a ciência é feita, e como é complicado interpretar resultados obtidos por medidas indiretas.

Primeiro vamos entender o que é esse instrumento, o MARSIS é um tipo de radar que viaja a bordo da sonda Mars Express na órbita de Marte.

Esse radar tem a capacidade de penetrar na superfície marciana, e obter o que chamamos de radargrama que é como se fosse uma radiografia da subsuperfície do planeta.

Ao interpretar esse sinal é possível tentar explicar o que está presente naquela região, água, rochas, entre outras coisas.

Já coloquei uma palavrinha aí que atrapalha tudo, interpretar, o problema é que o sinal que você detecta possui incertezas e existem mais de uma explicação para aquele sinal detectado.

Estamos aqui falando da região polar sul de Marte, onde está a calota polar marciana.

Uma coisa interessante é que Marte não tem água líquida na superfície devido às condições atmosféricas pressão e temperatura, mas na subsuperfície poderia ter.

Então em 2018, foi anunciada a presença de um lago subterrâneo de água líquida abaixo da calota sul de Marte, algo que acontece na Terra.

Isso seria possível e seria sensacional.

Porém, esse anúncio foi feito de acordo com uma determinada interpretação, e a ciência funciona assim, você pega os mesmos dados e submete ele a novos testes e vê se eles passam por esse teste.

E foi isso que aconteceu.

Em um trabalho, um grupo de pesquisadores usou modelos, medidas de laboratório e mostrou que sim, poderia existir água na subsuperfície marciana, bem embaixo da calota polar sul.

Mas outro grupo de pesquisadores, usando os mesmos dados propuseram outra interpretação, com base em medidas similares feitas com mesmo radar na Terra, para poder entender o sinal e concluíram que não tem água alguma na subsuperfície marciana, ela é bem seca, seriam rochas vulcânicas soterradas sob o gelo.

Existe o desejo de encontrar água em Marte, existe uma busca de séculos por isso, mas infelizmente até o momento só temos medidas indiretas, e medidas indiretas levam a isso, ambiguidades nas interpretações.

Para termos uma resposta conclusiva sobre isso, é só o dia que formos até lá pudermos perfurar, atingir essa camada e então saber se temos ou não temos água.

Coisas parecidas vemos também acontecer com a Lua, em 1 mês, ela teve magnetismo, perdeu o magnetismo e ganhou o magnetismo novamente.

Por isso ciência é algo lindo e por isso que em ciência não temos torcida, pegamos os dados, analisamos e interpretamos, e a interpretação não é única.

Então fica a dúvida – existe água líquida em Marte?

Fontes:

https://phys.org/news/2022-01-liquid-beneath-martian-south-polar.html

https://news.utexas.edu/2022/01/24/hope-for-present-day-martian-groundwater-dries-up/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

Veja todos os posts

Arquivo