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13 de dezembro de 2024

Equipe do Rover Curiosity da NASA Confirma Antigos Lagos Em Marte

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Um novo estudo da equipe do Mars Science Laboratory/Curiosity da NASA confirmou que Marte, foi , uma vez, a bilhões de anos atrás, capaz de estocar água em lagos por um grande período de tempo.

Usando dados do rover Curiosity, a equipe determinou, que, a muito tempo atrás, a água ajudou a depositar os sedimentos dentro da Cratera Gale, onde o rover pousou a mais de 3 anos atrás. O sedimento se depositou como camadas que formaram a fundação do Monte Sharp, a montanha encontrada atualmente no centro da cratera.

“Observações feitas com o rover sugere que uma série de fluxos de viad longa e lagos existiram em um ponto entre 3.8 e 3.3 bilhões de anos atrás, entregando sedimentos que vagarosamente construíram as camadas inferiores do Monte Sharp”, disse Ashwin Vasavada, cientista de projeto do Mars Science Laboratory no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena na Califórnia, e coautor de um artigo publicado na sexta-feira, dia 9 de Outubro de 2015 na revista Science.

As descobertas recentes vão de encontro com um trabalho anterior que sugeriu a existência de antigos lagos em Marte, e adicionou uma história não contada do planeta Marte úmido, tanto no passado como no presente. No mês passado, cientistas da NASA confirmaram a evidência de água líquida na superfície de Marte.

“O que nós pensávamos que nós sabíamos sobre a água em Marte está constantemente sendo colocado em teste”, disse Michael Meyer, cientista líder para o Mars Exploration Program da NASA, na sede da NASA em Washington. “É claro que o Marte de bilhões de anos atrás era muito parecido com a Terra do que é hoje. Nosso desafio é descobrir como esse Marte era possível de existir, e o que aconteceu com esse Marte mais úmido”.

Antes do Curiosity pousar em Marte em 2012, os cientistas propuseram que a Cratera Gale era preenchida com camadas de sedimentos. Algumas hipóteses eram secas, sugerindo que os sedimentos se acumularam a partir de poeira e areia soprada pelo vento. Outras hipóteses focaram na possibilidade de que as camadas de sedimentos foram depositadas em antigos lagos.

Os últimos resultados do Curiosity indicam que esses cenários úmidos estavam corretos para as porções inferiores do Monte Sharp. Com base nas novas análises, o preenchimento de no mínimo as camadas inferiores da montanha ocorreram na sua maior parte por antigos rios e lagos num período de menos de 500 milhões de anos.

“Durante a travessia da Cratera Gale, nós notamos padrões na geologia onde nós observamos evidências de fluxos antigos de movimento rápido com cascalho mais grosso, bem como locais onde os fluxos parecem ter esvaziado em corpos de água parada”, disse Vasavada. “A previsão era de que nós deveríamos começar a ver depósitos de águas represadas, rochas finas perto do Monte Sharp. Agora que nós chegamos, nós estamos vendo lamitos finos em abundância que parecem depósitos de lagos”.

Os lamitos indicam a presença de corpos de água parada ou represada na forma de lagos que permanecem por longos períodos de tempo, possivelmente se expandindo e contraindo de foram repetida durante um intervalo de centenas de milhões de anos. Esses lagos depositaram os sedimentos que eventualmente formaram a porção mais inferior da montanha.

“De forma paradoxal, onde existe uma montanha hoje, existiu uma bacia, e algumas vezes foi preenchida com água”, disse John Grotzinger, um ex-cientista de projeto do Mars Science Laboratory, no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, e principal autor do novo artigo. “Nós observamos a evidência de um preenchimento sedimentar de 75 metros, e com base nos dados de mapeamento da MArs Reconnaissance Orbiter da NASA e nas imagens da câmera do Curiosity, parece que a deposição sedimentar transportada pela água poderia se estender por no mínimo 150 a 200 metros acima do assoalho da cratera”.

Além disso, a espessura total dos depósitos sedimentares na Cratera Gale que indicam interação com água poderiam se estender a uma altura maior ainda, talvez chegando a 800 metros acima do assoalho da cratera.

Acima de 800 metros, o Monte Sharp não mostra evidência de estratos hidratados e que é a parte principal que forma o Monte Sharp. Grotzinger sugeriu que talvez esse último segmento da história da cratera pode ter sido dominado por depósitos secos criados por vento, como já foi imageado para a parte inferior explorada pelo Curiosity.

Uma questão circunda a fonte original de água que carregou o sedimento na cratera. Para o fluxo de água ter existido na superfície, Marte precisa ter tido uma atmosfera mais espessa e um clima mais quente do que tem sido teorizado para a era antiga quando a Cratera Gale experimentou uma intensa atividade geológica. Contudo, os modelos atuais desse paleoclima, literalmente tornaram-se secos.

No mínimo, alguma parte da água pode ter sido suprida para os lagos por meio da queda de neve e chuva nas terras altas do anel da Cratera Gale. Alguma parte tem colaborado para o argumento de que existiu um oceano nas planícies ao norte da cratera, mas isso não explica como o gerenciamento da água existiu como um líquido por extensos períodos de tempo na superfície.

“Nós temos a tendência de pensar em Marte como sendo simples”, disse Grotzinger. “Em algum momento pensamos na Terra como sendo simples também. Mas quanto mais você observa e estuda, mais questões surgem sobre a real complexidade do que nós observamos em Marte. Esse é um bom momento para voltarmos e reavaliarmos todas as nossas premissas. Algo sempre está perdido em algum lugar”.

Mais informações sobre o Mars Science Laboratory, se encontra online, em:

http://www.nasa.gov/msl

O Mars Science Laboratory da NASA está usando o Curiosity para acessar os antigos ambientes habitáveis e as maiores mudanças ambientais nas condições marcianas. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, uma divisão do Caltech, construiu o rover e gerencia o projeto para o Science Mission Directorate da NASA em Washington.

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Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=4734

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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