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Cratera Famosa Da Lua Exibe Mistério Com Relação aos Raios


Você reconhece essa famosa cratera com 3.5 km de diâmetro? Ela foi primeiramente notada como sendo pouco comum no começo dos anos 1670 quando os observadores não podiam detectar diretamente crateras assim tão pequenas. Sendo tão pequena, ela só podia ser famosa pelo fato de ser muito brilhante e a imagem acima mostra que ela possui um anel bem nítido e parece ser bem jovem. É possível notar algo mais na imagem dessa cratera? Não estamos falando da sombra central, que na verdade é um artefato gerado pela composição das imagens que certamente usou imagens com o Sol baixo para poder compor essa cena. De volta a cratera propriamente dita o que podemos ver é a chamada Mancha Brilhante de Cassini, ou do inglês CBS no interior da cratera Deslandres. Um aspecto peculiar do CBS é que o material ejetado brilhante está todo para leste da cratera. Veja o canto superior direito da imagem colorida abaixo. Se você olhar com cuidado a imagem abaixo poderá ver que os raios brilhantes se abrem na forma de V para leste, mas pode-se ver também que outros raios se propagam em outras direções. Na outra imagem abaixo pode-se ver a confirmação dessa feição usando dados da sonda Clementine. A forma em V sugere que o impacto foi oblíquo, e a distribuição alongada de 4.2 km na direção leste-oeste é a pista para isso, mas os raios normalmente se abrem na direção para baixo do impacto e os raios brilhantes aqui estão se propagando na direção errada. Talvez estejam mais coisas acontecendo aqui. A imagem da sonda LRO mostra um material muito brilhante exposto na parede leste da CBS, e mais para sudoeste onde a parede não é coberta pela poeira cinza. É possível que o CBS da cratera impactada na fronteira geológica com o material muito brilhante ocorra somente no lado leste? Mas por que não existem raios cinza de tamanhos similares? Esse mistério ainda não está resolvido.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/October+26%2C+2011


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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