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Conhecendo Um Pedaço da Lua: A Espetacular Cratera Humboldt

A Lua é um belo exemplo de um planeta rochoso – e é um que praticamente não está sendo alterado por forças geológicas. A maioria dos acidentes geográficos lunares datam dos primórdios do nosso sistema solar: olhar para a Lua é como você olhar muito para trás no tempo. Vamos examinar uma formação antiga e enorme que seria famosa, se estivesse localizada num local mais fácil de ver.

Humboldt (período Imbriam, 3,8 a 3,2 bilhões de anos atrás) é uma das maiores crateras ( 207 km de diâmetro) com um sistema maciço central bem definido e ainda exposto, outras crateras desse tamanho, como Clavius, tem seu sistemas Maciço Central enterrado. O núcleo central é considerado como representante de uma elevação de 10% do diâmetro da cratera, de modo que este pico central pode ter sido formado de material escavado a partir de mais de 20 km de profundidade da crosta lunar!

Provocativamente situada no limbo oriental, Humboldt apenas da dicas para os observadores terrestres das maravilhas que ela contém. Com seus 207 km de diâmetro, Humboldt se aproxima do tamanho de transição em que as grandes crateras assumem algumas das características morfológicas das bacias de impacto. Humboldt é também uma das maiores crateras de chão fraturado (FFC), modificadas pela intrusão e vazamento de magma para a superfície. O piso presumivelmente erguido é formado por rilles (ver foto Apollo em anexo) e diques que levaram a lava à superfície. Em quatro lugares erupções piroclásticas depositaram material cinza escuro ao longo da borda no chão.

Uma cratera concêntrica (ver foto Apollo 15) absolutamente perfeita, 6,7 km de largura, tem duas crateras normais vizinhas. Todas essas três crateras são ligeiramente levantadas e suas paredes interiores são muito semelhantes. Devido ao fato de um dos vizinhos ser um pouco menor e o outro ligeiramente maior do que a cratera concêntrica parece razoável especular que a cratera concêntrica tem exatamente o diâmetro e profundidade certos para interagir com as camadas do piso e construir de alguma forma o anel interno. Mas o anel interno parece arredondado – como uma rosquinha, não como um rim normal de cratera de impacto – por isso talvez seja algum tipo de depósito vulcânico. Na realidade o mecanismo de formação destas crateras concêntricas ainda não foi bem explicado e espera por uma resposta.

Esta cratera concentrica é um dos meus próximos alvos quando espero em uma libração e ângulo de iluminação favorável conseguir fotografá-la.

Fonte: Whitepeak Observatory, Tacoma, WA

LPOD – Charles Wood

Wikipedia – Humboldt Crater

Sydney Observatory – Nick Lomb

Texto e adaptação: Avani Soares

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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