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10 de novembro de 2024

Cassini: Mais Imagens Surpreendentes da Lua Encélado de Saturno

Imagens lançadas recentemente obtidas como resultado do último ataque à lua congelada de Saturno Encélado, realizado pela sonda Cassini da NASA, revelou uma floresta de novos jatos sendo emitidos de fraturas proeminentes que cruzam a região polar sul do satélite e, além disso, foi ainda possível construir um mapa detalhado da temperatura de uma das fraturas.

As novas imagens obtidas a partir do subsistema de imagens científicas e a composição dos resultados do espectrômetro infravermelho, também incluem a melhor imagem 3D já obtida de uma fissura que ejeta partículas de gelo, vapor d’água e componentes orgânicos. Existem também nesses novos dados imagens de regiões anteriormente não bem mapeadas de Encélado, incluindo uma área mais ao sul com padrões tectônicos circulares.

As imagens e informações adicionais podem ser encontradas on-line nos endereços: http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/main/index.html e http://saturn.jpl.nasa.gov/index.cfm.

“Encélado continua a nos impressionar”, disse Bob Pappalardo, cientista do projeto Cassini. “Com cada sobrevôo da Cassini, nós aprendemos mais sobre as atividades extremas, e sobre o que faz com que essa estranha lua seja espessa”.

Para as câmeras da Cassini que trabalham com a luz visível, o sobrevôo de 21 de novembro de 2009, forneceu a última observação para superfície do pólo sul de Encélado, antes que a região mergulhasse nos 15 anos de escuridão, e incluiu nessa última chance a melhor e mais detalhada observação dos jatos.

Os cientistas planejaram usar esse sobrevôo para observar novos jatos menores não observados anteriormente. Em um mosaico os cientistas contaram mais de 30 gêiseres individuais, incluindo mais de 20 que não tinham sido observados antes. No mínimo um jato que antes era bem proeminente agora aparece com uma força menor.

“Esse último sobrevôo confirma o que nós suspeitávamos”, disse Carolyn Porco, líder da equipe de imagens da Cassini. “O vigor de jatos individuais pode variar com o passar do tempo, e muitos jatos, grandes ou pequenos, surgem ao longo dessas fraturas”.

Um novo mapa que combina dados de calor com imagens de luz visível, mostram um segmento de fratura com 40 Km de extensão, conhecido como Baghdad Sulcus. O mapa ilustra a correlação, na melhor resolução já obtida, entre as fraturas geologicamente jovens da superfície e as anomalias de temperatura que têm sido registradas na região polar sul do satélite. Os feixes de calor emitidos antes bem espassados detectados pelo espectrômetro infravermelho, aparecem agora de forma confinada numa região estreita com não mais de um quilometro de extensão ao longo da fratura.

Nessas medidas, as temperaturas de pico ao longo da Baghdad Sulcus excederam os 180 Kelvin e pode ser maior que 200 Kelvin. Essas temperaturas altas provavelmente são resultados  do aquecimento dos flancos das fraturas causado pelo vapor de água quente que é emitido como jato e observado anteriormente pelas câmeras da Cassini. Os cientistas da Cassini irão testar essa idéia investigando quanto esses pontos quentes têm correspondência com as fontes dos jatos.

“As fraturas são locais frios para os padrões terrestres, porém se comportam como um oasis se comparado com a vizinhança que chega a atingir temperaturas de 50 Kelvin”, disse John Spencer. “A grande quantidade de calor emitido pelas fraturas pode ser o suficiente para derreter o gelo ao redor. Resultados como esse fazem de Encélado um dos lugares mais fascinantes que se pode encontrar no Sistema Solar”.

Alguns dos cientistas da Cassini inferiram que as temperaturas mais altas estão na superfície, a maior combina com a erupção em estado líquido. “E se for verdade, isso faz Encélado ser rico em matéria orgânica e rico em liquido em subsuperfície, sendo o lugar mais acessível para o desenvolvimento de uma vida extraterrestre no sistema solar”, disse Porco.

O sobrevôo de 21 de Novembro de 2009 foi o oitavo encontro da sonda com Encélado. A sonda passou a 1600 Km de distância próximo aos 82 graus de latitude sul.

Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.cfm?release=2010-061&cid=release_2010-061&msource=n20100223&tr=y&auid=5974065

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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