Se você estiver caindo em um buraco negro, a última coisa em sua mente provavelmente será o quão bonita a vista será. Nessa ilustração acima, criada via simulação computacional, e que já foi publicada aqui: https://spacetoday.com.br/imagens/uma-visao-de-perto-de-um-monstruoso-buraco-negro/, se tem uma ideia sobre o redemoinho dinâmico de energia incrível que acontece no horizonte de eventos do buraco negro, permitindo que se possa desfrutar da beleza da física de uma distância bem mais segura.
Essa simulação, criada pela equipe do Observatório de Raios-X Chandra da NASA, mostra o detalhe da matéria girando ao redor de um buraco negro de massa estelar. A matéria, que tem sido recolhida por um disco de acreção quente, cai em direção ao horizonte de eventos do buraco negro – a distância do buraco negro em que a deformação do espaço-tempo é tão intensa que nem a luz pode escapar. Parte da matéria passa pelo horizonte, alimentando o buraco negro, mas o resto da matéria é redirecionada por intensos campos magnéticos, sendo ejetada dos polos a velocidades relativísticas.
Como visto na simulação, os jatos polares podem ser vistos sendo ejetados do eixo de rotação do buraco negro. Missões como o Chandra são capazes de observar esses jatos já que eles geram poderosa radiação em raios-X. Assinaturas em ondas de rádio também podem ser observadas, auxiliando assim no nosso entendimento de como essas bestas energéticas funcionam.
Como notado pela NASA, estudando a radiação gerada pelo buraco negro GRO J1655-40, uma cintilação incomum a uma taxa de 450 vezes por segundo tem sido detectada. Essa cintilação tem sido atribuída à rápida rotação do buraco negro, que tem uma massa estimada em 7 vezes a massa do Sol. Os mecanismos por trás dessa cintilação são temas de intensa pesquisa, mas parece que provavelmente nós não entenderemos completamente a interação do disco de acreção do buraco negro, até que nós possamos diretamente imagear o horizonte de eventos de um buraco negro, um feito que pode ser possível num futuro nem tão distante assim.
Fonte:
http://news.discovery.com/space/falling-into-the-guts-of-a-black-hole-140324.htm#mkcpgn=fbdsc8