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Bolhas enormes em uma gigante vermelha

Astrônomos detectaram enormes bolhas na gigante vermelha Pi1 Gruis, mostrando pela primeira vez células de convecção movendo calor por toda a superfície da estrela. Uma célula de convecção é uma região na estrela onde matéria é aquecida a partir do calor interno e sobe para a superfície; na superfície, a matéria esfria por estar mais próxima ao frio do espaço e então mergulha de novo. Este movimento é chamado de convecção.

Uma gigante vermelha é um objeto que se forma quando estrelas com a massa aproximada do sol não tem mais hidrogênio para queimar, e então, incham. A Pi1 Gruis está a aproximadamente 530 anos-luz de distância da Terra, na constelação Grus. Possui 350 vezes o diâmetro do nosso sol.

“Quando Pi1 Gruis ficou sem hidrogênio para queimar há muito tempo atrás, essa antiga estrela cessou o primeiro estágio do seu programa de fusão nuclear…aquecendo a mais de 100 milhões de graus Celsius”, disse um funcionário do ESO em uma declaração. O VLT (Very Large Telescope) do observatório que obteve as imagens da superfície da estrela. “Essas temperaturas extremas deram início à próxima fase da estrela quando começou a fundir hélio em átomos mais pesados tais como o oxigênio e carbono”, continua o funcionário. “Este núcleo intensamente quente expeliu as camadas mais externas da estrela, a aumentando para centenas de vezes o seu tamanho original. A estrela que vemos hoje é uma gigante vermelha variável. Até agora, a superfície de nenhuma dessas estrelas foi vista com tantos detalhes.”

A Pi1 Gruis possui algumas células de convecção visíveis com tamanho aproximado de 120 milhões de quilômetros. Se colocássemos uma destas células em nosso sistema solar, ela se estenderia do sol até a órbita de Vênus. Em contraste, as células convectivas do nosso sol tem tamanho aproximado de 1.500 quilômetros. O ESO afirmou que esta diferença se deve às gravidades de superfície diferente das estrelas. Pi1 Gruis tem apenas 1.5 vezes a massa do sol mas é muito maior, tendo uma gravidade de superfície menor e apenas algumas poucas grandes bolhas.

Após esta fase, estrelas como a Pi1 Gruis e nosso sol eventualmente perderão suas camadas externas e se transformarão em nebulosas planetárias.

Fonte: https://www.space.com/39266-enormous-bubbles-found-red-giant-star.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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