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21 de novembro de 2024

Atualizações Sobre o Vulcão Eyjafjallajökull

No sábado , dia 17 de Abril de 2010, o instrumento Advanced Land Imager (ALI) a bordo do satélite da NASA Earth Observing-1 (EO-1) obteve essa imagem em infravermelho em cores falsas do vulcão islandês Eyjafjallajökull a uma altura de 705 quilômetros, na imagem é possível ver uma forte fonte térmica (representada em vermelho) que mostra a base da pluma do vulcão. Acima e a diretia uma forte emissão térmica também pode ser observada e está relacionada com a lava do vulcão que atingiu Fimmvorduhals entre 20 de Março de 2010 e 13 de Abril de 2010. Essa localidade foi onde a lava do vulcão atingiu em primeiro lugar a superfície, gerando assim um fluxo de lava impressionante. Como nessa localidade não existia nenhuma capa de gelo não aconteceu muita interação entre a lava quente e o gelo, que resultou mais tarde em outros locais na imensa pluma de cinzas que atrapalhou tanto o mundo da aviação. A leste da localidade de Fimmvorduhals está a capa de gelo chamada de Myrdalsjökull que encobre o vulcão Katia. Esse vulcão entrou em erupção 20 vezes na história, a sua última erupção aconteceu em 1918.

Além disso, o satélite Terra da NASA continua sobrevoando o vulcão e registrando sua atividade. A imagem aqui reproduzida mostra cenas adquiridas com o instrumento Multi-Angle Imaging SpectroRadiometer (MISR), que obteve 36 imagens simultâneas da pluma de cinzas, a partir de 9 ângulos diferentes e em quatro comprimentos de ondas distintos. A partir dessas imagens a extensão da pluma é facilmente visível, mas além disso é possível identificar a quantidade e o tipo de outras partículas que fazem parte dessa pluma. A imagem mais a esquerda é representada em cores falsas e obtidas na vertical, mostrando a pluma se emanando a partir do cume coberto de nuvens do vulcão na direção sul-sudeste. A imagem seguinte mostra a mesma área porém medindo a quantidade de partículas na atmosfera. Nesse caso a pluma se apresenta cinco vezes mais espessa, ou seja, com mais partícula do que a região não afetada por ela. A terceira imagem mostra uma medida chamada de expoente de Angstrom, que está diretamente relacionado com o tamanho das partículas, partículas maiores possuem um expoente de Angstrom menor. Neste caso também é claramente possível ver que a pluma possui muito mais partículas do que a região ao redor. A última imagem está relacionada com a forma da partícula. A cinza do vulcão normalmente é composta por partículas angulares, não esféricas, enquanto que a região ao redor normalmente se constitui de partículas arredondadas. Nessa última figura é possível ver que a pluma é constituída 100% por por partículas não esféricas, tipo esse de partícula que cria muitos problemas para as aeronaves.

Outra análise que também foi feita utilizando o satélite Terra da NASA é sobre a altura que a pluma de cinzas do vulcão alcançou. Nessas imagens pode-se ver primeiro uma imagem em cor falsa obtida pelo satélite e na sequência uma imagem analisada da altura da pluma de cinzas. Os menores fluxos da pluma estão localizados a algumas centenas de metros acima da superfície , já outros fluxos principais atingem alturas de 4.5 quilômetros, essa análise foi feita com medidas realizadas em 19 de Abril de 2010, medidas anteriores do dia 14 de Abril de 2010 mostravam a pluma chegando a 7.5 km de altura. Essa diferença só vem a comprovar as condições muito dinâmicas que existe na região.

Um outro satélite denominado de CALIPSO também fez observações sobre a europa com o objetivo de auxiliar na análise dos efeitos da pluma de cinzas do vulcão. Diferente de outros satélites, o CALIPSO fornece uma visão de campo inteiro da nuvem de cinzas e das demais nuvens mostrando toda a sua extensão vertical. Na imagem aqui reproduzida é possível ver que a nuvem de cinzas é observada como sendo uma camada fina de partículas alcançando altitudes entre 5000 e 22000 pés. Em comparação na imagem é possível ver as nuvens sobre a europa em alturas bem maiores. A primeira camada acima da França foi relacionada com a camada de poluição. Com a capacidade desse satélite de detectar em alta resolução tais partículas foi possível observar que a pluma de cinzas do vulcão se estende até aproximadamente 30000 pés. O CALIPSO usa uma técnica inovadora para observar aerosóis, pequenas partículas como poeira, fumaça e erupção. O CALIPSO envia uma série de pulsos curtos de laser na atmosfera, e mede a quantidade de luz que é refletida de volta ao satélite. De acordo com a intensidade do sinal recebido é possível então classificar o tipo de partícula presente na atmosfera.

Abaixo uma série de imagens dos satélites TERRA e ASTER da NASA mostrando a pluma de cinzas do vulcão no dia 19 de Abril de 2010.

Para finalizar por hoje nossa atualização sobre o vulcão. Essas três imagnes do satélite TERRA da NASA mostram como a pluma se desenvolveu desde o dia 17 de Abril de 2010 (imagem mais a esquerda) até o dia 19 de Abril de 2010 (imagem mais a direita).

Fonte:

http://www.nasa.gov/topics/earth/features/iceland-volcano-plume-archive1.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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