Uma equipe internacional de astrônomos descobriu uma nova anã marrom. Essa anã marrom descoberta é especial, pois é um dos objetos mais massivos desse tipo já descoberto. A recém-descoberta anã marrom, designada de EPIC 212036875 b, tem uma massa de aproximadamente 50 vezes a massa do planeta Júpiter.
Anãs marrons são objetos intermediários entre os planetas e as estrelas. Os astrônomos normalmente concordam que são objetos subestelares com a massa variando entre 13 e 80 vezes a massa de Júpiter. Notavelmente, das cerca de 2000 anãs marrons já descobertas, somente 400 delas foram descobertas orbitando outras estrelas.
As observações têm mostrado que as anãs marrons com massa entre 35 e 55 vezes a massa de Júpiter orbitando uma estrela a uma distância relativamente pequena de cerca de 3 UA são extremamente raras e difíceis de serem detectadas. Esse intervalo é chamado de deserto das anãs marrons, e é constantemente estudado pelos astrônomos usando diferentes técnicas, com o objetivo de tentar descobrir novos objetos desse tipo.
Agora, um grupo internacional de pesquisadores, liderados pela Carina M. Persson, da Universidade Chalmers de Tecnologia na Suécia, relatou a descoberta de uma anã marrom massiva aparentemente representante desse deserto. O novo objeto designado de EPIC 212036875 b, foi identificado pelo telescópio espacial Kepler da NASA durante a missão K2, e a equipe de Persson confirmou o objeto como sendo uma anã marrom por meio de observações subsequentes realizadas por telescópios em Terra.
“No artigo nós relatamos a descoberta independente e as observações do objeto realizadas pelo consórcio KESPRINT”, o artigo relata que a detecção desse objeto foi quase que simultaneamente reportada por outro grupo de astrônomos.
De acordo com o estudo, a anã marrom descoberta tem cerca de 51 vezes a massa de Júpiter, mas é aproximadamente 17% menor que o nosso gigante gasoso. Esses valores, implicam que a densidade média da anã marrom é de cerca de 108 gramas por centímetro cúbico.
As observações conduzidas pela equipe de Persson, descobriu que a anã marrom orbita sua estrela companheira a cada 5.17 dias, a uma distância de cerca de 0.06 UA. Esses resultados confirmam que o objeto recém-descoberto representa uma amostra do deserto das anãs marrons. Essa órbita bem próxima da estrela companheira significa que a anã marrom deve ser relativamente quente, sua temperatura de equilíbrio é estimada em 1450 K.
O estudo revela que a estrela, EPIC 212036875, é uma estrela de tipo espectral F7V, cerca de 41% maior que o Sol, e 15% mais massiva que a nossa estrela. Sua idade foi estimada em 5.1 bilhões de anos e a sua temperatura efetiva foi medida na ordem de 6230 K.
Os pesquisadores cogitam certos cenários para a formação e evolução da anã marrom. Eles assumem que essa anã marrom se formou muito provavelmente devido a instabilidades gravitacionais no disco protoplanetário da sua estrela.
“Nós argumentamos que a EPIC 212035875 b, se formou via instabilidade gravitacional do disco nas partes externas do mesmo, seguida de uma rápida migração. Uma circulação orbital de maré pode ter tido início bem no começo da sua história por um breve período quando o raio da anã marrom era maior”, concluíram os astrônomos.
Fonte:
https://phys.org/news/2019-06-massive-brown-dwarf-astronomers.html