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Astrônomos Descobrem Exoplaneta Onde Um Ano Dura Somente 8 Horas e Meia

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observatory_1501054Os astrônomos descobriram um planeta quente do tamanho da Terra tão perto de sua estrela que um ano completo dura, apenas 8.5 horas, fazendo dele o exoplaneta mais rápido já observado.

O pequeno período orbital – um dos mais curtos já descobertos para um exoplaneta entre os mundos identificados pelo Telescópio Espacial Kepler – significa que o planeta está longe do se considera a zona habitável de uma estrela, onde a água em estado líquido, e talvez a vida poderia existir. De fato, os cientistas, têm descrito esse novo planeta como o planeta de lava.

A descoberta, contudo, anima os astrônomos, pois, a estrela mãe do planeta, chamado de Kepler-78B, é brilhante o suficiente para outros telescópios registrarem o mundo. Essa é uma nota relevante para a equipe de pesquisa dado que a missão primária de encontrar exoplanetas do Telescópio Espacial Kepler oficialmente terminou, na última quinta-feira, dizem os cientistas. A sonda teve que encerrar sua missão principal de caçar planetas antes do indicado quando dois de seus giroscópios pararam de funcionar, ou funcionaram com defeito.

“Com muito esforço e muita paciência, você poderia detectar o trânsito a partir dos maiores telescópios”, disse Roberto Sanchis-Ojeda, um estudante de doutorado no Massachussetts Institute of Technology que liderou a pesquisa. “Nós também pensamos que isso é possível de ser feito com o Telescópio Espacial Hubble. Do espaço você não teria nenhum problema”.

O Kepler-78B fica aproximadamente 100 vezes mais perto de sua estrela do que a Terra fica do Sol, e orbita um sistema estelar que tem aproximadamente 750 milhões de anos de vida – em torno de seis vezes mais jovem do que o nosso Sistema Solar. A superfície do planeta derrete ferro com temperaturas entre 2026 graus Celsius e 2826 graus Celsius.

Entre outros candidatos planetários encontrados pelo Kepler, somente um punhado deles tem períodos menores que meio dia de comprimento. O menor período orbital confirmado é de 10.9 horas e pertence ao Kepler-42C, enquanto que o mais curto, não confirmado, pertence ao candidato a exoplaneta chamado de KOI 1843 e é de somente 4.3 horas.

A equipe de Sanchis-Ojeda notou que muitos pesquisadores estão buscando por planetas com períodos maiores que poderiam estar na zona habitável, o que anima os cientistas devido à possibilidade de existir vidas nesses mundos. Mas os pesquisadores decidiram buscar nos dados do Kepler focando em períodos orbitais mais curtos, para ver se mais desses planetas existem e quantos deles existem.

Os Júpiteres Quentes, ou planetas do tamanho de Júpiter e que ficam mais perto de suas estrelas, são os mais comuns encontrados nesse campo, pois eles são fáceis de serem detectados. Registrar algo do tamanho da Terra, contudo, foi um momento especial para a equipe.

“Essa se transformou numa sessão verdadeiramente recompensadora, pois acabamos encontrando esse planeta”, disse Sanchis-Ojeda.

Pelo fato do Kepler-78b transitar, ou cruzar em frente da estrela, que  é uma estrela do tamanho do Sol, a equipe foi capaz de apontar que seu tamanho é um pouco maior que o raio da Terra.

E numa descoberta mais incomum, os cientistas descobriram que a superfície do planeta é tão quente que ela brilha na luz visível, permitindo que a equipe pudesse isolar a luz do planeta, da luz da estrela.

À medida que o Kepler-78b passa atrás da estrela, a medida da sua curva de luz, permitiu que os pesquisadores pudessem confirmar que o planeta está refletindo no mínimo alguma luz que ele recebe da sua estrela. O quanto de luz é algo desconhecido, e necessitará de mais observações para que isso seja determinado com precisão, notou Sanchis-Ojeda.

Observações subsequentes podem também determinar a massa do planeta, que dará uma noção da composição do planeta. A equipe tem quase certeza de que o Kepler-78b é rochoso, pois a maior parte dos planetas desse tamanho, são rochosos e não gasosos.

Fonte:

http://mashable.com/2013/08/24/lava-planet-8-5-hour-year/


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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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