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As Imagens Mais Impressionantes Já Feitas Das Nuvens de Magalhães

Novas imagens feitas com a Dark Energy Camera, ou DECam, de 520 megapixel, montada no telescópio Victor Blanco de 4 metros de diâmetro que fica no Cerro Tololo Inter-American Observatory, representam uma porção do segundo pacotes de dados do projeto conhecido como Survey of the MAgellanic Stellar History, ou SMASH, que é a pesquisa mais profunda já feita sobre as Nuvens de Magalhães.

A Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães estão localizadas a 160 mil e 200 mil anos-luz de distância da Terra, e possuem 15 mil e 7 mil anos-luz de diâmetro respectivamente. Elas são as maiores galáxias satélites da nossa galáxia, e diferente do resto das galáxias satélites, elas ainda apresentam de forma ativa um processo de formação de estrelas e numa taxa bem rápida.

Apesar de existir um grande número de galáxias anãs como as Nuvens de Magalhães, populando o universo, a maior parte delas é muito apagada e distante para ser estudada pelos astrônomos. O fato de termos a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães como nossas vizinhas, dá aos astrônomos a oportunidade de investigar a formação e a evolução de todas as pequenas galáxias.

Essas galáxias veem sendo estudadas por décadas, mas o programa SMASH está sendo usado para mapear a estrutura das galáxias como um todo e tentar ajudar a responder perguntas importantes sobre a formação dessas galáxias.

Até o momento, esse é o conjunto de dados astronômicos mais profundo das Nuvens de Magalhães. A pesquisa SMASH completa cobre uma área que é 2400 vezes maior do que a área da Lua Cheia no céu, e precisa para fazer isso 50 noites de observações especializadas.

O segundo pacote de dados liberado contém novos dados obtidos pela DECam nas regiões mais centrais e complexas das Nuvens de Magalhães. Esses dados profundos estão sendo usados pelos astrônomos para estudar a história da formação de estrelas em ambas as galáxias.

Os astrônomos com esses dados já descobriram evidências de que o par de galáxias colidiu num passado recente e que essa colisão disparou um processo intenso de formação de novas estrelas.

As imagens são multicoloridas e mostram as vizinhas da Via Láctea com detalhe sem precedentes, essas imagens nos fornecem uma visão de 13 bilhões de anos na história da formação dessas galáxias.

Um dos objetivos de longo prazo dos astrônomos é usar essa informação para então construir um filme que mostra como as Nuvens de Magalhães evoluíram com o tempo.

Esses últimos dados do SMASH da região central das Nuvens de Magalhães, que mostram a região onde a maior parte das estrelas está se formando, são únicos, eles combinam uma profundidade, uma uniformidade e um nível de detalhe nunca visto antes.

Além de produzir as belas imagens, esses dados permitem que se possa olha para o passado e reconstruir como as Nuvens de Magalhães, formaram suas estrelas ao longo do tempo, com esses filmes da formação de estrelas, será possível entender como e por que as galáxias evoluíram da maneira como evoluíram.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/deepest-widest-views-magellanic-clouds-09120.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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