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Árvore de Natal no Espaço – Hubble

Na temporada de festas de fim de ano, os cientistas do Hubble, revelaram uma nova imagem completa com a silueta de uma árvore de Natal cravada numa nebulosa com estrelas azuis cintilantes e com nuvens quentes e brilhantes.

O grupo estelar R136, tem apenas alguns milhões de anos de vida e está localizado na nebulosa do Dourado, dentro de uma região turbulenta com muita formação de estrelas na Grande Nuvem de Magalhães. As estrelas que brilham em um tom azul gelo são algumas das estrelas mais massivas conhecidas, pesando mais de 100 vezes o peso do nosso Sol. Essas estrelas irão morrer em explosões de supernova gigantescas em alguns milhões de anos, mas hoje em dia, essas estrelas brilhantes estão cavando profundas marcas no material circundante com a sua poderosa radiação ultravioleta, produzindo uma paisagem turbulenta mostrando feições que se assemelham a pilares, vales e cadeias de montanhas.

Existe até uma feição semelhante com uma árvore de Natal festiva no centro da imagem, delimitada por uma região escura contra um fundo quente, com nebulosidade avermelhada e queimando hidrogênio. A árvore até aparece enfeitada com as estrelas azuis e com uma grande estrela na ponta.

Dominando praticamente toda a região da nebulosa de Dourado 30, as estrelas jovens estão contribuindo também para a formação de futuras gerações de estrelas. Quando o seu vento energético colide com as paredes de gás, essa colisão cria condições que disparam novas ondas de nascimento de estrelas.

A Grande Nuvem de Magalhães é uma galáxia satélite da Via Láctea e se move ao redor da nossa galáxia com uma companheira conhecida como Pequena Nuvem de Magalhães. A sua interação com essa galáxia menor pode ter disparado a formação de grandes aglomerados estelares pela compressão de gás. Nascimento de estrelas e interações entre galáxias são eventos rotineiros no início do Universo e esses aglomerados fornecem um raro exemplo desse tipo de atividade.

Essa nova imagem foi feita com a combinação de luz ultravioleta, visível e vermelha, usando a nova câmera de campo profundo 3 do Hubble, entre os dias 20 e 27 de Outubro, e essa imagem mostra uma região de aproximadamente 100 anos luz.

Nesta imagem da nebulosa Dourado 30, a luz azul é proveniente das estrelas mais quentes e massivas, a luz verde é proveniente da queima de oxigêncio e a luz vermelha é a fluorescência causada pelo hidrogênio. NASA, ESA, F. Paresce (INAF-IASF, Bologna, Italy), R. O’Connell (University of Virginia, Charlottesville), e Wide Field Camera 3 Science Oversight Committee.
Nesta imagem da nebulosa Dourado 30, a luz azul é proveniente das estrelas mais quentes e massivas, a luz verde é proveniente da queima de oxigêncio e a luz vermelha é a fluorescência causada pelo hidrogênio. NASA, ESA, F. Paresce (INAF-IASF, Bologna, Italy), R. O’Connell (University of Virginia, Charlottesville), e Wide Field Camera 3 Science Oversight Committee.

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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