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A Teoria Geral da Relatividade de Albert Einstein foi algo realmente fascinante, e o mais impressionante ainda é que a cada dia ela está sendo comprovada.

A maneira mais interessante de provar a teoria de Einstein é através daqueles que são os objetos mais intrigantes do universo, os buracos negros.

Qualquer luz que entra num buraco negro, não sai, e por esse motivo nós não deveríamos ver nada que estivesse atrás de um buraco negro.

Mas aí entra a teoria do Einstein, que diz que o buraco negro distorce de forma intensa o tecido do espaço-tempo a sua volta e contorce o campo magnético ao seu redor de modo que sim, seria possível ver algo atrás de um buraco negro.

Mas isso até então nunca tinha sido comprovado.

Mas agora tudo mudou, essa semana, na revista Nature Astronomy foi publicado um trabalho muito interessante, os pesquisadores relataram a observação de uma luz proveniente de trás de um buraco negro supermassivo.

Os astrônomos observaram entre os dias 11 e 16 de janeiro de 2020, a galáxia I Zwicky1, também conhecida como IZw1.

Essa galáxia está localizada a cerca de 800 milhões de anos-luz de distância da Terra e possui no seu centro um buraco negro supermassivo.

Os astrônomos fizeram as observações usando dois telescópios espaciais que observam o universo em raios-X, o XMM-Newton da ESA e o NuSTAR da NASA.

Aqui começa a parte interessante desse trabalho, os astrônomos não estavam observando essa galáxia atrás desse fenômeno ou para detectar uma luz na parte de trás do buraco negro.

Os astrônomos estavam estudando uma das caracterísitas mais interessantes dos buracos negros, a chamada corona.

A principal teoria para explicar a corona se baseia no fato do gás que escorrega para dentro do buraco negro.

Nesse processo ele é aquecido a milhões de graus, nessa temperatura, os elétrons se separam dos átomos criando um plasma magnetizado.

Aprisionado pela rotação do buraco negro, o campo magnético se arqueia tão alto acima do buraco e gira sobre si mesmo, que eventualmente se quebra.

Isso parece muito com o que acontece com o Sol, que os astrônomos emprestaram o nome e chamam de coroa do buraco negro.

Esse campo magnético aprisionado ao se aproximar do buraco negro aquece tudo ao redor e produz elétrons de alta energia, que então passam a emitir raios-X.

Só que quando estavam estudando a coroa desse buraco negro, os pesquisadores deram uma olhada mais de perto para investigar a origem das flares de raios-X, e então viram algo surpreendente.

Eles observaram umas flares menores, e eles determinaram que essas flares de raios-X eram os mesmos raios-X das flares maiores, só que refletidos na parte de trás do buraco negro.

Assim, pela primeira vez, os astrônomos puderam ter um vislumbre da parte de trás de um buraco negro.

Os pesquisadores já haviam construídos modelos teóricos de como seriam esses ecos iriam aparecer para eles, então assim que eles foram observados puderam matar o que era.

Agora que puderam comprovar mais uma vez que Einstein estava certo, e podemos ver a luz vinda de trás do buraco negro e estudar a coroa, os astrônomos querem ir além.

Eles querem entender de forma completa a coroa e caracterizar também essa importante feição dos buracos negros.

Para isso estão construindo o Athena, um telescópio avançado de astrofísica de alta energia que terá um espelho muito maior do que qualquer telescópio de raios-X e com isso será possível se ter imagens com muito mais resolução e mais nítidas, fazendo com que se possa compreender cada vez mais e melhor, os objetos mais intrigantes do nosso universo.

Fontes:

https://news.stanford.edu/2021/07/28/first-detection-light-behind-black-hole/

https://www.nature.com/articles/s41586-021-03667-0.pdf

#BLACKHOLE #EISNTEIN #SPACETODAY

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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