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A Intrigante e Desafiante Região Polar Sul da Lua

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observatory_150105A imagem acima mostra a região polar sul da Lua durante uma observação realizada em 29 de abril de 2013, levando a vantagem de uma  libração favorável em latitude. Um clássico exercício quando se observa uma região como essa é tentar descobrir o nome das crateras que ali aparecem. Vamos começar pela Curtius no canto inferior a esquerda, depois passamos a Moretus, a cratera localizada no centro da imagem, com seu brilhante pico central. Um pouco além dela está a Short, e um pouco para a direita está a Newton e a Newton D, G, A e B. Um pouco mais além, quase no limbo está a Cabeus, e, emergindo do limbo, pode-se ver dois picos de montanhas conhecidos como M4 e M5. Interessante destacar também Malapert pois se fizermos uma triangulação imaginária (pontilhado) com Cabeus teríamos na outra ponta do triângulo a posição exata do Polo Sul Lunar (marcado por um x),
Esta técnica deveria chamar-se “Crater Hopping” e poderia ser usada mais frequentemente pelos observadores lunares que querem situar-se com precisão.

Outro fato interessante em relação a cratera Cabeus é que foi nela que ocorreu o impacto da sonda LCross visando comprovar a existência de água na Lua.
Os resultados do impacto  confirmaram quantidade significativa de água no satélite da Terra, conforme divulgação da NASA:
A água representa um potencial recurso para sustentar uma futura exploração lunar.
Dados preliminares do LCross (Lunar Crater Observation and Sensing Satellite) indicam que a missão descobriu água com sucesso durante os impactos realizados em 9 de outubro de 2009, na região permanentemente coberta de sombras de Cabeus, próxima ao polo sul da Lua.

“Estamos extasiados”, disse Anthony Colaprete, cientista do LCross e principal pesquisador do Centro de Pesquisa em Moffet Field, da Nasa.

“Múltiplas linhas de evidência” mostram que a água estava presente nas duas partes do material expelido pela cratera Cabeus, o que torna “seguro dizer que ela possui água”, completa ele.

O grupo de pesquisa utilizou conhecidas “assinaturas” espectrais infravermelhas da água e de outros materiais e as comparou com o espectro próximo ao infravermelho coletado pela LCross para a verificação.
Cientistas especularam por muito tempo sobre a fonte de vastas quantidades de hidrogênio que foram observados nos polos lunares. As descobertas da LCross mostram que a água na Lua deve ser em maior quantidade e mais distribuída pelo astro do que suspeitado previamente.
O impacto criado pelo estágio superior do foguete Centauro do LCross criou um volume de material em duas partes a partir da base da cratera, diz a Nasa. A primeira parte era composta de vapor e poeira fina e a segunda, de materiais mais pesados.

“Estamos revelando os mistérios de nosso vizinho mais próximo e por extensão do Sistema Solar”, disse Michael Wargo, cientista-chefe lunar na sede da Nasa em Washington.

As áreas permanentemente sombreadas “guardam uma chave para a história e evolução do Sistema Solar”, diz o comunicado da Nasa.
A agência espacial também diz que, desde que ocorreram os impactos, a equipe de cientistas da LCross “trabalhou sem parar” para analisar a gigantesca quantidade de dados que a nave coletou.
A equipe se concentrou em dados dos espectrômetros do satélite, que fornecem a mais definitiva informação sobre a presença de água. Um espectrômetro examina luz emitida ou absorvida pelos materiais, o que ajuda a identificar a composição deles.

Crédito: https://www.facebook.com/avani.soares.5

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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