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Só tem uma maneira de se entender como as galáxias se formaram e evoluíram com o tempo, e com isso se ter uma ideia de como o próprio universo evoluiu.
Você precisa observar galáxias cada vez mais distantes, isso vai fazer com que seja possível entender como era o universo lá no seu começo.
Mas, como eu falo sempre, observar coisas distantes no universo é muito complicado, as galáxias são muito apagadas e isso dificulta muito a detecção delas.
Mas o universo dá um presente para os astrônomos, as lentes gravitacionais, o alinhamento entre nós, os observadores, uma fonte de grande massa e uma galáxia muito distante.
Com isso, é possível amplificar o sinal apagado de uma galáxia muito distante.
E foi assim, usando a lente gravitacional e o poder observacional do ALMA, as antenas do ESO no Chile, que os astrônomos conseguiram descobrir a galáxia conhecida como SPT0418-47.
Essa galáxia tem um desvio para o vermelho, um redshift de 4.2, o que faz com que ela existia quando o universo só tinha 1.4 bilhão de anos de vida, ou seja, ela está localizada a cerca de 12 bilhões de anos-luz de distância da Terra.
Tudo isso já é impressionante, mas não para por aí, essa galáxia é muito parecida com as galáxias próximas de nós e muito parecida com a nossa própria Via Láctea.
Embora, a galáxia não tenha braços espirais ela tem duas características semelhantes com a Via Láctea, um disco de rotação e um bulbo galáctico.
É a primeira vez que os astrônomos conseguem observar esse tipo de galáxia num momento tão recente do universo.
A surpresa é que nessa época do universo os astrônomos esperavam encontrar galáxias caóticas e sem estruturas.
A galáxia está formando estrelas a uma alta taxa, mas tem uma boa organização, e embora se pareça com a Via Láctea agora a sua evolução deve levar a galáxia para se transformar em uma galáxia elíptica.
Essa descoberta nos mostra que o universo inicial talvez não seja tão caótico quanto se pensava anteriormente e assim surgem questões, sobre como que uma galáxia tão bem ordenada pode ter se formada logo depois do Big Bang.
Para você entender as imagens, a galáxia aparece como um anel quase perfeito, isso devido ao efeito de lente gravitacional, a imagem então foi reconstruída para mostrar as características de bulbo e disco.
Os astrônomos agora esperam que com o ELT, o Extremely Large Telescope eles possam fazer uma estimativa de quão comum esse tipo de galáxia era no início do universo.
E assim vamos, a cada dia entendendo e aprendendo mais sobre a evolução do universo.
Fontes:
https://www.eso.org/public/brazil/news/eso2013/
https://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso2013/eso2013a.pdf
#GALAXY #ESO #SPACETODAY