Yuri Beletsky fez essas imagens, aqui apresentadas em Paranal, no Chile. Paranal parte do European Southern Observatory, é o mais avançado observatório óptico do mundo com quatro telescópios principais com 8.2 metros de diâmetro e quatro telescópios auxiliares com 1.8 metros de diâmetro, que podem funcionar como um só criando um gigantesco interferômetro.
O local, no alto do Deserto do Atacama, foi escolhido graças ao fato de ter um céu ultra escuro, mas mesmo ali, o céu terrestre raramente é completamente escuro. Longe do s últimos vestígios da luz crepuscular, longe da luz da Lua, distante da poluição luminosa das cidades e mesmo assim algumas vezes a atmosfera superior por si só tem um brilho, o chamado airglow, ou a aeroluminescência.
Felizmente, para a astronomia, o brilho vermelho do airglow nessas imagens aparece de forma excepcional.
A aeroluminescência é a luz emitida pelos átomos e moléculas excitadas localizadas entre 85 e 300 km de altura na atmosfera. A excitação deriva da radiação extrema ultravioleta do Sol (as auroras, por exemplo, são excitadas de forma colisional). Verde é normalmente a cor mais comum observada no airglow. A cor vermelha é menos comum e provavelmente deriva da vibração e rotação dos radiacais OH excitados na bando de 87 km de altura. Os átomos de oxigênio entre 150 e 300 km também podem formar esse brilho avermelhado.
A aeroluminescência pode apresentar bandas. Ondas de propagação da atmosfera inferior influencia na colisão e excitação que compete com a aeroluminescência formada pela radiação.
Pode-se ver na primeira imagem um feixe de laser amarelo emitido desde o telescópio Yepun para criar uma estrela artificial na atmosfera superior que controla a óptica adaptativa do telescópio.
Na imagem acima pode-se ver o brilho vermelho, enquanto que na imagem abaixo é o brilho verde que se destaca sobre os telescópios auxiliares de 1.8 metros do Paranal. O brilho verde apagado da aeroluminescência perto do horizonte representa o céu normal sobre o Deserto do Atacama. A cor verde vem de transições 01S para 1D dos átomos de oxigênio localizados entre 90 e 100 km de altura, numa banda que é facilmente visível da órbita da Terra. A parte amarela na imagem superior é a poluição luminosa de uma mina de cobre, localizada a 200 km de distância. Na imagem inferior, as galáxias satélites da Via Láctea, a Grande e a Pequena Nuvem de Magalhães brilham forte no céu onde pode-se ver à esquerda parte da constelação de Orion.
Os quatro telescópios auxiliares do Paranal podem se realocarem em trilhos e são opticamente linkados um ao outro e aos quatro grandes telescópios via espelhos e linhas localizadas em túneis subterrâneos. Todo esse sistema forma um gigante interferômetro com alto poder de resolução e grande habilidade de capturar a luz.
Fonte:
http://atoptics.co.uk/fz876.htm