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18 de dezembro de 2024

A História Empoeirada da Nebulosa de Orion

Uma nova imagem que combina dados previamente divulgados de três telescópios dois da NASA, o Spitzer e o WISE e um da ESA, o Herschel, e  mostra uma região que inclui a Nebulosa de Orion, essa nebulosa fica, obviamente, na constelação de Orion, uma constelação que tem uma história muito interessante, esse nome foi dado em homenagem ao poderoso caçador da mitologia grega que foi derrubado pela picada de um escorpião. Mas não só na mitologia a história de Orion é interessante, a história de como essa região empoeirada surgiu é igualmente dramática.

A Nebulosa de Orion está localizada na constelação de Orion, que assume a aparência de um caçador levantando uma clava e um escudo contra um alvo invisível. Três estrelas em uma linha juntas são conhecidas como cinturão de Orion, ou como conhecemos aqui no Brasil, as três marias; a região mostrada na imagem se alinha com outra série de estrelas perpendiculares ao cinturão, conhecida como espada de Orion. Se você pudesse vê-lo no céu, a região pareceria do tamanho da Lua Cheia. Um fato interessante de se ressaltar aqui é que para nós no Brasil, o Caçador aparece de cabeça para baixo.

Duas enormes cavernas que dominam a nuvem foram esculpidas por estrelas gigantes (não vistas nesta imagem) que podem liberar até um milhão de vezes mais luz que o nosso Sol. Toda essa radiação quebra os grãos de poeira ali presentes, ajudando a criar o par de cavidades. Grande parte da poeira restante é varrida pelos ventos das estrelas ou quando as estrelas sofrem mortes explosivas como supernovas.

A luz azul nessas áreas indica poeira quente. Observadas na luz infravermelha – uma gama de comprimentos de onda fora do que os olhos humanos podem detectar – as visualizações foram fornecidas pelo Telescópio Espacial Spitzer aposentado da NASA e pelo Wide-Field Infrared Survey Explorer ( WISE ), que agora opera sob o apelido de NEOWISE. O Spitzer e o WISE foram gerenciados pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA no sul da Califórnia.

Ao redor da borda das duas regiões cavernosas, a poeira que parece verde é ligeiramente mais fria. O vermelho indica poeira fria que atinge temperaturas de cerca de 260 graus Celsius negativos. A luz vermelha e verde mostra dados do agora aposentado Telescópio Espacial Herschel, um observatório da ESA (Agência Espacial Europeia) que capturou comprimentos de onda de luz nas faixas de infravermelho distante e micro-ondas, onde a poeira fria irradia. O grande espelho de Herschel forneceu imagens de alta resolução dessas nuvens, cheias de contornos, cantos e recantos. A poeira fria aparece principalmente na periferia da nuvem de poeira, longe das regiões onde as estrelas se formam.

Entre as duas regiões ocas estão filamentos laranja onde a poeira se condensa e forma novas estrelas. Com o tempo, esses filamentos podem produzir novas estrelas gigantes que mais uma vez remodelarão a região.

Fonte:

https://www.nasa.gov/feature/jpl/nasa-esa-reveal-tale-of-death-dust-in-orion-constellation

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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