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22 de novembro de 2024

As Belas Fusões De Galáxias Podem No Final Limitar A Formação de Estrelas

As fusões de galáxias geram sempre belas paisagens a serem registradas pelos telescópios, principalmente pelo Hubble. Porém, elas podem ser mortais. No meio da colisão, a galáxia combinada brilhará mais do que nunca. Mas essa glória tem um preço: todas essas novas estrelas consomem todo o combustível disponível, e a formação de estrelas é interrompida.

Nossa própria galáxia, a Via Láctea, se fundirá com nossa vizinha mais próxima, Andrômeda, em cerca de 4 bilhões de anos. E nossa galáxia não está sozinha: as galáxias se fundem em todo o universo , como evidenciado pela infinidade de processos de fusão de galáxias que já foram registrados pelos astrônomos até hoje.

Entender os detalhes do processo de fusão de galáxias e seus efeitos nas galáxias que se fundem, não é uma tarefa fácil. Não podemos assistir a um único evento de fusão de galáxias em tempo real, porque a coisa toda leva centenas de milhões de anos para ser concluída. Mas podemos observar diferentes estágios do processo a partir da infinidade de instantâneos que podemos ver.

Um estudo recente de uma fusão galáctica,  conhecida como ID2299 , vem contribuindo e muito para melhorar o entendimento sobre esse processo. Até onde podemos dizer, quando as galáxias se fundem pela primeira vez, é uma visão gloriosa: a formação de estrelas aumenta de todas as colisões de nuvens de gás e interações gravitacionais extremas. Resumidamente, as galáxias fundidas podem brilhar até dez vezes mais do que individualmente.

Mas para criar estrelas você precisa de combustível na forma de reservas de gás frio. E, infelizmente, o evento de fusão aquece a galáxia de várias maneiras. Por um lado, o buraco negro supermassivo central se alimenta de novas rodadas de material trazidas para o núcleo. Esse evento de alimentação desencadeia a liberação de quantidades intensas de radiação que inundam a galáxia circundante . Por outro lado, todas essas novas estrelas incluem toneladas de estrelas grandes, quentes e brilhantes, que também inundam a galáxia com radiação de alta energia, especialmente quando se transformam em supernovas.

Juntos, o calor intenso e a falta de matérias-primas suprimem a formação de novas estrelas, e a galáxia fundida eventualmente se acomoda como que se entrasse num processo de aposentadoria galáctica, onde não forma mais estrelas e assim acaba desaparecendo do cenário cósmico.

Fonte:

https://www.universetoday.com/149914/galaxy-mergers-can-boost-star-formation-and-it-can-also-shut-it-down/

https://www.dur.ac.uk/news/newsitem/?itemno=43511

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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