Uma equipe internacional de astrônomos, usando o Green Bank Telescope, em Green Bank, na Virginia do Oeste, e o Observatório de Raios-X Chandra da NASA, registraram uma imagem de um massivo aglomerado de galáxias, bem perto da época em quando ele começou a emergir da teia cósmica.
A luz do aglomerado de galáxias conhecido como IDCSJ1426+3508, localizado no que chamamos de z=1.75, ou seja, algo em torno dos 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra, isso quer dizer que ele foi observado quando o universo tinha menos de 4 bilhões de anos de vida. Essa nova medida permite que os astrônomos possam registrar as propriedades do gás tênue e quente, que permeia todo o aglomerado, numa época muito primitiva da sua existência, e essas se tornaram as medidas mas precisas já feitas de um aglomerado de galáxias distante.
A precisão incrível da medida feita de um aglomerado de galáxias tão distante, foi conseguida graças à integração do uso do instrumento ACIS-I no Chandra, que permitiu com que os astrônomos pudessem medir a densidade do gás no aglomerado, e a câmera MUSTANG-2 no GBT, que permitiu que os astrônomos pudessem medir a pressão do gás em diferentes posições do aglomerado. A cor vermelha na imagem, localizada na parte externa do aglomerado indica que o gás fica mais quente à medida que a distância aumenta com relação ao centro, indo de 50 a 150 milhões de graus Celsius.
A MUSTNAG-2 é uma câmera bolométrica, com atualmente a maior velocidade de mapeamentos para uma observação contínua feita em 90 GHz, com uma resolução de 10”. Já o ACIS-I é uma câmera de grande angular em raios-X e fornece as imagens mais nítidas com resolução de 1”entre todas as missões que exploram o universo nos raios-X.
Comparando as propriedade do gás do aglomerado de galáxias com seus descendentes de hoje, os astrônomos conseguiram identificar a potencial evolução do aglomerado. Foi tudo bastante tumultuado – em todo o lado menos no centro – as temperaturas aumentam apesar do novo gás frio incorporado das regiões periféricas. O centro do cluster preservou suas propriedades, apesar das muitas perturbações exercidas pelo ambiente tumultuoso e hostil, indicando que um mecanismo de feedback está contrabalançando todos os perturbação.
Uma andorinha não faz verão e a evolução dos aglomerados de galáxias é provavelmente diversa, e essa é a razão pela qual os astrônomos estão observando, e convidando colegas a observar outros aglomerados emergindo da teia cósmica na esperança de identificar uma visão geral padrão comum e também diferenças individuais. Claro, os astrônomos estão interessados em como os aglomerados de galáxias evoluem ao longo do tempo, não apenas da perspectiva da astrofísica, por exemplo, tentando entender como ocorre o transporte de calor, mas a evolução do aglomerado é um componente fundamental da capacidade de aprender sobre cosmologia a partir de aglomerados de galáxias.
Fonte:
https://greenbankobservatory.org/new-image-captures-galaxy-cluster-emerging-from-cosmic-web/