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17 de novembro de 2024

Uma Nova Imagem De Um Aglomerado de Galáxias Emergindo da Teia Cósmica

Uma equipe internacional de astrônomos, usando o Green Bank Telescope, em Green Bank, na Virginia do Oeste, e o Observatório de Raios-X Chandra da NASA, registraram uma imagem de um massivo aglomerado de galáxias, bem perto da época em quando ele começou a emergir da teia cósmica.

A luz do aglomerado de galáxias conhecido como IDCSJ1426+3508, localizado no que chamamos de z=1.75, ou seja, algo em torno dos 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra, isso quer dizer que ele foi observado quando o universo tinha menos de 4 bilhões de anos de vida. Essa nova medida permite que os astrônomos possam registrar as propriedades do gás tênue e quente, que permeia todo o aglomerado, numa época muito primitiva da sua existência, e essas se tornaram as medidas mas precisas já feitas de um aglomerado de galáxias distante.

A precisão incrível da medida feita de um aglomerado de galáxias tão distante, foi conseguida graças à integração do uso do instrumento ACIS-I no Chandra, que permitiu com que os astrônomos pudessem medir a densidade do gás no aglomerado, e a câmera MUSTANG-2 no GBT, que permitiu que os astrônomos pudessem medir a pressão do gás em diferentes posições do aglomerado. A cor vermelha na imagem, localizada na parte externa do aglomerado indica que o gás fica mais quente à medida que a distância aumenta com relação ao centro, indo de 50 a 150 milhões de graus Celsius.

A MUSTNAG-2 é uma câmera bolométrica, com atualmente a maior velocidade de mapeamentos para uma observação contínua feita em 90 GHz, com uma resolução de 10”. Já o ACIS-I é uma câmera de grande angular em raios-X e fornece as imagens mais nítidas com resolução de 1”entre todas as missões que exploram o universo nos raios-X.

Comparando as propriedade do gás do aglomerado de galáxias com seus descendentes de hoje, os astrônomos conseguiram identificar a potencial evolução do aglomerado. Foi tudo bastante tumultuado – em todo o lado menos no centro – ​​as temperaturas aumentam apesar do novo gás frio incorporado das regiões periféricas. O centro do cluster preservou suas propriedades, apesar das muitas perturbações exercidas pelo ambiente tumultuoso e hostil, indicando que um mecanismo de feedback está contrabalançando todos os perturbação.

Uma andorinha não faz verão e a evolução dos aglomerados de galáxias é provavelmente diversa, e essa é a razão pela qual os astrônomos estão observando, e convidando colegas a observar outros aglomerados emergindo da teia cósmica na esperança de identificar uma visão geral padrão comum e também diferenças individuais. Claro, os astrônomos estão interessados ​​em como os aglomerados de galáxias evoluem ao longo do tempo, não apenas da perspectiva da astrofísica, por exemplo, tentando entender como ocorre o transporte de calor, mas a evolução do aglomerado é um componente fundamental da capacidade de aprender sobre cosmologia a partir de aglomerados de galáxias.

Fonte:

https://greenbankobservatory.org/new-image-captures-galaxy-cluster-emerging-from-cosmic-web/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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