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27 de novembro de 2024
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Esse ano o Telescópio Espacial Hubble completa 30 anos de atividade.

Esse instrumento definitivamente mudou a maneira como observamos o universo.

As imagens que eles nos proporcionou nesse tempo continuam fantásticas e com grande valor científico, o que é mais importante.

Uma das especialidades do Hubble, e que honra muito bem o seu próprio nome são as galáxias.

Nesses 30 anos ele está nos mostrando galáxias cada vez mais espetaculares, galáxias mais intrigantes e principalmente galáxias mais distantes.

Como as galáxias são os blocos fundamentais do universo, entendendo e observando uma grande quantidade de galáxias faz com que possamos entender melhor o universo, desde a sua criação até os dias de hoje.

Para iniciar a comemoração dos seus 30 anos, os astrônomos resolveram voltar o Hubble, para um belo exemplar galáctico.

A galáxia conhecida como UGC 2885.

Essa galáxia está localizada a aproximadamente 232 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação de Perseus.

Essa galáxia é 2.5 vezes maior que a Via Láctea e contém cerca de 10 vezes mais estrelas.

Isso faz dessa galáxia, a maior galáxia localizada no que chamamos de universo local.

Lembrando que por convenção os astrônomos consideram tudo que está num raio de 1 bilhão de anos-luz de distância da Terra como sendo o nosso universo local e o que está além disso, universo primordial.

A grande questão envolvendo essa galáxia, é, por que ela tem esse tamanho gigantesco?

Uma pista está no ambiente onde ela está localizada.

A galáxia está praticamente isolada, sem muitas grandes galáxias ao redor, para perturbarem o seu crescimento.

Será que essa enorme galáxia engoliu galáxias menores que existiam ao seu redor?

Ou será que ela simplesmente foi crescendo vagarosamente, agregando gás e poeira.

Os astrônomos querem usar a resolução do Hubble para poder observar e contar os aglomerados globulares que existem na galáxia.

Uma grande quantidade de aglomerados globulares irá indicar que a galáxia engoliu outras, uma quantidade menor vai mais para o lado da acreção de gás e poeira.

Os astrônomos chamam essa galáxia de o gigante adormecido, ela tem uma taxa de formação de estrelas que é metade da da Via Láctea, e o seu buraco negro supermassivo central também está bem quietinho.

Quando o James Webb for lançado ele será usado para então observar de forma detalhada o centro da galáxia e procurar os aglomerados globulares, observando no infravermelho ele terá pouca obstrução.

E assim teremos uma imagem completa da galáxia, com a imagem no visível feita pelo Hubble e no infravermelho feita pelo James Webb.

Mas agora o fato mais legal sobre essa galáxia, ela é chamada pelos astrônomos de Galáxia de Rubin, uma bela homenagem à grande Vera Rubin, que observando o movimento de estrelas em galáxias espirais descobriu e fundamentou o nosso conhecimento sobre a matéria escura, e no caso específico dessa galáxia, em 1980, Vera Rubin a estudou, determinando seu tamanho e sem ter o Hubble para ajudar, então, uma bela homenagem.

Fonte:

https://www.spacetelescope.org/news/heic2002/?lang

#RubinGalaxy #Hubble #SpaceToday

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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