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No dia 6 de Março de 2009, acontecia um fato que iria mudar para sempre a maneira como conhecemos o universo.
O telescópio espacial Kepler da NASA era lançado.
Dez anos depois, ele se tornou o maior descobridor de exoplanetas, nos mostrou como o universo é realmente complexo, fez a ciência dos exoplanetas avançar de forma sem precedentes na história e parou de funcionar por falta de combustível.
Podemos dizer que foram 10 anos intensos.
Embora o Kepler não tenha nos desapontado, e feito um trabalho incrível, não é fácil descobrir um exoplaneta, as vezes pode parecer fácil devido à grande quantidade de anúncios, mas não é.
E isso pode ser confirmado pelo próprio Kepler.
Em 2009 mesmo, o Kepler descobriu seu primeiro exoplaneta, na verdade o primeiro candidato a ser um exoplaneta, o seu nome era KOI 4.01, esse objeto na verdade era classificado como um Kepler Object of Interest pois havia sido detectado antes, e se tornou um PC, ou Planet Candidate, o primeiro do Kepler.
Porém, esse primeiro exoplaneta nunca havia sido confirmado até então.
Na busca por exoplanetas ele foi marcado como sendo um falso positivo. Aliás, esse é o grande problema em se descobrir exoplanetas, muitos na verdade são falsos positivos e precisam de confirmação até se tornarem exoplanetas.
Agora, 10 anos depois do lançamento do Kepler, e 10 anos depois da sua descoberta, o exoplaneta foi confirmado.
Para chegar a essa confirmação, os pesquisadores usaram o estado da arte da análise estelar, utilizando as ondas sonoras das estrelas, uma área chamada de asteriosismologia, onde através de ondas que se propagam na estrela é possível medir sua massa com precisão.
Ao fazer isso, os pesquisadores descobriram que a estrela, a Kepler-1658 era 3 vezes maior do que se pensava anteriormente, e assim o exoplaneta também era maior, e foi classificado como sendo um Júpiter Quente.
Com essas novas análises foi possível confirmar o Kepler-1658b como sendo um exoplaneta, o que ficou mais claro depois com análises espectroscópicas.
O exoplaneta é um Júpiter Quente, que orbita a sua estrela a cada 3.85 dias, da superfície do exoplaneta, a sua estrela aparece 60% maior que o Sol aparece na superfície da Terra.
O Kepler-1658b é um dos exoplanetas mais próximo conhecido orbitando uma futura versão do nosso Sol e com isso ele coloca novas restrições nas complexas interações físicas que fazem com que os planetas espiralem em direção às suas estrelas.
Outra coisa importante, é que devem haver muitos outros exoplanetas classificados como falsos positivos nos dados do Kepler e que com uma reanálise podem se tornar exoplanetas.
Vamos aguardar novos estudos e quem sabe ver a nossa listra crescer e muito.
#Exoplaneta #Kepler
Fontes:
https://www.nasa.gov/feature/discovery-alert-keplers-first-planet-candidate-confirmed-10-years-later
http://www.ifa.hawaii.edu/~dhuber/docs/kepler1658-accepted.pdf