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21 de dezembro de 2024

New Horizons Explora Com Sucesso O Objeto do Cinturão de Kuiper Ultima Thule

A sonda New Horizons da NASA sobrevoou o objeto Ultima Thule nas primeiras horas do Dia de Ano Novo de 2019, inaugurando a era de exploração do enigmático Cinturão de Kuiper, uma região de objetos primordiais que guarda as informações fundamentais para que possamos entender as origens do nosso Sistema Solar.

“Parabéns para a equipe da New Horizons da NASA, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e para o Southwest Research Institute, por fazer história novamente. Além de ter sido a primeira sonda a explorar Plutão, hoje, a New Horizons sobrevoou um objeto ainda mais distante, e tornou-se a primeira sonda espacial a explorar diretamente um objeto que guarda os restos do nascimento do nosso Sistema Solar”, disse o administrador da NASA, Jim Dridenstine. “É disso que se trata ter a liderança na exploração espacial”.

Os sinais confirmando que a sonda está saudável e que encheu os seus gravadores digitais com dados científicos do Ultima Thule, chegaram no centro de operações da missão no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, o APL, no dia 1 de Janeiro de 2019, às 13:29, hora de Brasília, quase que exatamente 10 horas depois da maior aproximação da sonda New Horizons com o objeto.

“A New Horizons funcionou como planejado hoje, conduzindo a exploração mais distante de qualquer mundo na história, a 6.4 bilhões de km de distância do Sol”, disse Alan Stern, o principal pesquisador da missão do Southwest Research Institute em Boulder, no Colorado. “Os dados que nós temos parecem fantástico e nós já estamos aprendendo sobre o Ultima de bem perto. A partir de agora, os dados só ficarão cada vez melhores”!

As imagens feitas durante a aproximação da sonda, que passou a apenas 3500 km de distância do Ultima, às 3:33, hora de Brasília no dia 1 de Janeiro de 2019, revelaram que o Objeto do Cinturão de Kuiper pode ter a forma parecida com a de um pino de boliche, girando, com dimensões de aproximadamente 32 x 16 km. Outra possibilidade é que o Ultima seja na verdade dois objetos um em órbita do outro. Os dados já resolveram um mistério do Ultima, mostrando que o objeto do Cinturão de Kuiper está girando como uma hélice com o seu eixo apontando aproximadamente na direção da New Horizons. Isso explica, por que, em imagens anteriores feitas do Ultima o seu brilho não parecia variar com a rotação. A equipe ainda não determinou o período de rotação do objeto.

À medida que os dados científicos começaram a retornar para a Terra, os membros da equipe da missão revelaram toda a animação da primeira exploração dessa distante região do espaço.

“A New Horizons tem um lugar cativo em nossos corações como uma pequena e intrépida exploradora, bem como uma grande fotógrafa”, disse Ralph Semmel Diretor do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins. “Esse sobrevoo marca algo inédito para todos nós, APL, NASA a nossa nação e o mundo, e é um grande crédito termos uma equipe unida de cientistas e engenheiros que puderam nos levar a esse ponto”.

“Chegar no Ultima Thule que está a 6.4 bilhões de km é uma realização incrível. Isso é exploração no seu mais alto nível”, disse Adam L. Hamilton, presidente e CEO do Southwest Research Institute em San Antonio. “Parabéns à equipe científica e aos parceiros da missão por começar a escrever os livros sobre Plutão e o Cinturão de Kuiper. Estamos esperando pelo próximo capítulo”.

A sonda New Horizons continuará enviando imagens e outros dados nos próximos dias e meses, completando o retorno de todos os dados científicos nos próximos 20 meses. Quando a New Horizons foi lançada em Janeiro de 2006, o George W. Bush estava na Casa Branca, o Twitter tinha acabado de ser lançado e a Pessoa do Ano na revista Time era “você – todos os usuários de internet no mundo”. Nove anos depois de seu lançamento, a sonda começou a explorar o Cinturão de Kuiper, passando por Plutão. E agora, quase 13 anos depois do lançamento ela continua a exploração que deve seguir até no mínimo 2021. Os membros da equipe pretendem propor mais exploração do Cinturão de Kuiper para a New Horizons.

O Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Maryland, desenhou, construiu e opera a sonda New Horizons, e gerencia a missão para Science Mission Directorate da NASA. O Southwest Research Institute, baseado em San Antonio, lidera a equipe científica, as operações da sonda e o planejamento dos encontros científicos. A New Horizons é parte do Programa New Frontiers gerenciado pelo Marshall Space Flight Center da NASA em Huntsville, no Alabama. Siga a missão da New Horizons no Twitter e use a #UltimaThule, #UltimaFlyby e #askNewHorizons para participar. Atualizações em tempo real e links para as informações da missão estão disponíveis em: http://pluto.jhuapl.edu e www.nasa.gov.

No Space Today TV, fizemos duas lives, uma na madrugada do dia 1, às 3:00, hora de Brasília, para mostrar a comemoração e a contagem regressiva da passagem da New Horizons pelo Ultima Thule e outra live às 12:30, hora de Brasília para mostrar a recepção do sinal e a imagem pré-aproximação. Amanhã dia 2, às 17:00, hora de Brasília faremos outra live transmitindo a chegada das imagens de alta resolução obtidas durante a máxima aproximação da sonda com o objeto.

Fonte:

http://pluto.jhuapl.edu/News-Center/News-Article.php?page=20190101

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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