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21 de novembro de 2024

Conhecendo a Lua: Os Saucers no Assoalho da Cratera Ptolemaeus

A cratera PTOLEMAEUS (diâmetro: 158,3 Km, profundidade: 2,4 Km, coordenadas selenográficas: LAT: 09° 12? 00? S, LON: 001° 48? 00? W) foi criada no período Pré-Nectárico (de 4,5 bilhões até 3,92 bilhões de anos atrás) e originalmente tinha cerca de 5,5 Km de profundidade. Porém, após seu interior ter sido inundado por lava basáltica, o piso interno ficou mais raso, com cerca de 2,4 Km de profundidade. O nome PTOLEMAEUS homenageia Claudius Ptolemaeus (90 – 168), que foi um escritor greco-romano de Alexandria, conhecido por ser matemático, astrônomo, geógrafo, astrólogo e poeta.

No amplo piso interno de PTOLEMAEUS existem algumas depressões “fantasmas”, muito rasas e superficiais, conhecidas como “saucers” (“pires”). Esse “saucers” parecem ser leves depressões sem aro, que são revelados sob iluminação solar em ângulo raso, quando o “terminator” está próximo, no amanhecer ou entardecer lunar na região.

O “pires” mais proeminente localizado ao norte da cratera AMMONIUS (diâmetro: 8 Km, profundidade: 1,86 Km) é designado Ptolemaeus B (diâmetro: 17 Km, profundidade: 733 m).

A grande cratera do período Nectárico (de 3,92 até 3,85 bilhões de anos atrás) conhecida como ALBATEGNIUS (diâmetro: 131 Km, profundidade: 3,2 Km), localizada cerca de 24 Km a sudeste de PTOLEMAEUS, também possui “saucers” em seu grande piso. Porém, tais “saucers” são menores em diâmetro do que aqueles encontrados em PTOLEMAEUS e, consequêntemente, mais difíceis de detectar.

A explicação para os “saucers” de PTOLEMAEUS e também os de ALBATEGNIUS, é que eles são crateras de impacto menores subsequêntes, que se formaram nos amplos pisos já inundados por lava basáltica dessas duas grandes crateras. Mais tarde, tais crateras menores foram cobertas por materiais lisos, muito provavelmente por materiais fluidos derretidos ejetados no colossal impacto que criou a enorme Bacia Imbrium (bacia criada no período Ímbrico Inicial: de 3,85 até 3,73 bilhões de anos atrás), uma vez que, PTOLEMAEUS e ALBATEGNIUS, já existiam quando a Bacia IMBRIUM foi criada.

Fonte:

http://vaztolentino.com.br/imagens/7658-Os-saucers-pires-no-amplo-piso-interno-de-PTOLEMAEUS#photo_description

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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