Parece com ficção científica, mas é eminentemente possível, dizem os pesquisadores: sondas robóticas podem chegar a Marte depois de uma jornada de apenas três dias.
A chave para fazer isso acontecer é a propulsão de fótons, que usa um poderoso laser para acelerar a nave até velocidades relativísticas, disse Philip Lubin, um professor de física na Universidade da Califórnia, Santa Barbara.
“Existem avanços recentes que fazem com que isso possa sair da ficção científica e virar uma realidade científica”, disse Lubin, no 2015 NASA Innovative Advanced Concepts (NIAC) que aconteceu no último mês de Outubro. “Não existe razão nenhuma de por que nós não podemos fazer isso”.
Lubin e sua equipe ganhou um dos 15 Phase 1 NIAC grants do último ano, que deu a eles 100000 dólares para realizar os estudos iniciais de seus projetos, conhecido como Directed Energy Propulsion for Interstellar Exploration (DEEP-IN).
A lista dos projetos que ganharam o grant para o 2015 Phase 1 NIAC inclui: um rover parecido como um polvo que irá estudar os oceanos das luas congeladas como Europa, robôs em forma de esfera que poderiam explorar as crateras que ficam eternamente nas sombras na Lua e até mesmo uma proposta para minerar asteroides com a ajuda da luz solar concentrada. A esperança é que uma ou mais dessas tecnologias terão um grande impacto na ciência e na exploração espacial.
Lubin e seus colegas usarão os fundos para criar um road map mais completo para construir uma nave totalmente funcional, completa com foguetes de fótons controláveis. O dinheiro também ajudará a equipe a desenvolver sondas de massa ultra baixa, que serão capazes de viajar rapidamente.
A equipe tem como objetivo colocar um laser na órbita da Terra, que usaria pressão de fótons para dar energia a uma nave equipada com uma vela à medida que ela se afastasse da Terra. Os fótons têm pouca energia armazenada, que seriam transferidas em empurrão uma vez que eles atingissem a vela da nave.
Esse método poderia empurrar uma nave de 100 Kg para Marte, em apenas 3 dias, disse Lubin. Um veículo tripulado demoraria um pouco mais para chegar até o planeta vermelho, talvez um mês.
Lubin, quer mesmo é usar a tecnologia para mandar pequenas sondas para o espaço interestelar.
“Num raio de 25 anos-luz de distância da Terra, existem muitos potenciais exoplanetas e coisas habitáveis para se visitar”, disse Lubin durante sua palestra. “Existem muitos alvos para serem escolhidos”.
Existem outras aplicações uma vez que se desenvolva essa tecnologia, como por exemplo, um laser com a potência suficiente para empurrar uma nave a 25% da velocidade da luz, seria poderoso o suficiente também para defender a Terra de asteroides que viessem na nossa direção. Só para se ter uma comparação, a sonda Voyager 1 da NASA viaja a uma velocidade de 0.006% da velocidade da luz.
“Explorar as estrelas mais próximas e exoplanetas seria uma viagem profunda para a humanidade, e as implicações não científicas disso seriam enormes”. “Chegou a hora de começarmos a pensar nessa inevitável jornada além da nossa casa”.
Fonte:
http://www.space.com/32026-photon-propulsion-mars-three-days.html
http://www.space.com/29359-squid-rover-nasa-niac-space-tech.html
Palestra do Professor Philip Lubin:
https://www.youtube.com/watch?v=VRpl1KQCr6M
Artigo do Philip Lubin:
http://www.deepspace.ucsb.edu/wp-content/uploads/2015/04/A-Roadmap-to-Interstellar-Flight-15-h.pdf
DEEP-IN:
https://www.nasa.gov/feature/deep-in-directed-energy-propulsion-for-interstellar-exploration
NASA 360:
https://www.youtube.com/watch?v=ZQtsPYO_FVk
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