Uma câmera da NASA a bordo do satélite Deep Space Climate Observatory (DSCOVR) capturou uma visão única da Lua se movendo em frente do lado iluminado da Terra. A série de imagens de teste mostra o lado escuro da Lua totalmente iluminado que nunca é visto da Terra.
As imagens foram capturadas pela Earth Polychromatic Imaging Camera (EPIC) da NASA, uma câmera CCD de 4 megapixels e um telescópio no satélite DSCOVR que orbita a Terra a uma distância de 1 milhão de milhas. Dessa posição, entre o Sol e a Terra, o DSCOVR conduz sua missão primária de monitoramento em tempo real do vento solar para a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA).
A EPIC mantém uma visão constante da Terra totalmente iluminada, à medida que ela executa seu movimento de rotação, fornecendo observações científicas do ozônio, da vegetação, da altura das nuvens e da quantidade de aerossóis na atmosfera. Uma vez que a EPIC começar suas observações regulares no próximo mês, a câmera fornecerá uma série de imagens da Terra permitindo que se possa estudar as variações diárias em todo o globo. Cerca de duas vezes por ano, a câmera irá capturar a Lua e a Terra juntas à medida que a órbita do DSCOVR cruza o plano orbital da Lua.
Essas imagens foram feitas entre as 16:50 e as 21:45, hora de Brasília, do dia 16 de Julho de 2015, mostrando a Lua se movendo sobre o Oceano
Pacífico, perto da América do Norte. O polo norte está na parte superior esquerda da imagem, refletindo a inclinação orbital da Terra do ponto de vista do satélite.
O lado escuro da Lua ficou um mistério até 1959, quando a sonda soviética Luna 3 fez as primeiras imagens. Desde então, algumas missões da NASA têm imageado o lado escuro da Lua em grande detalhe. O mesmo lado da Lua sempre fica voltado para a Terra pois a Lua é gravitacionalmente travada com a Terra em seu movimento. Isso significa que o período de rotação da Lua é igual ao período orbital da Lua ao redor da Terra.
Em Maio de 2008 a sonda Impact da NASA registrou uma visão similar da Terra e da Lua a uma distância de 31 milhões de milhas de distância. A série de imagens mostrou a Lua passando em frente da Terra, quando ela estava parcialmente iluminada pelo Sol.
As imagens em cor natural do satélite EPIC da Terra são geradas pela combinação de três separadas exposições monocromáticas feitas pela câmera numa rápida sucessão. A EPIC faz uma série de 10 imagens usando diferentes filtros espectrais de banda estreita – do ultravioleta ao infravermelho próximo – para produzir uma grande variedade de produtos científicos. As imagens dos canais vermelho, verde e azul são usadas nessas imagens finais coloridas.
Combinando três imagens feitas com aproximadamente 30 segundos de separação à medida que a Lua se move produz uma leve porém notável artefato da câmera no lado direito da Lua. Pelo fato da Lua estar se movendo com relação à Terra entre a primeira exposição (vermelha) e a última (verde), um fino deslocamento verde aparece no lado direito da Lua quando as três exposições são combinadas. Esse movimento natural da Lua também produz leves deslocamentos para o vermelho e azul no lado esquerdo da Lua nessas imagens não alteradas.
O lado escuro da Lua, não possui grandes planícies de basalto escuro, ou mares, que são muito proeminentes no lado da Lua voltado para a Terra. As maiores feições do lado escuro da Lua são, o Mare Moscoviense, na parte superior esquerda, e a Cratera Tsiolkovskiy, na parte inferior esquerda. Uma fina e prateada área sombreada da Lua é visível no lado direito.
“É surpreendente o quanto a Terra é mais brilhante que a Lua”, disse Adam Szabo, cientista de projeto do DSCOVR, no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. “Nosso planeta é um objeto verdadeiramente brilhante no espaço escuro se comparado com a superfície lunar”.
Uma vez que a EPIC comece suas observações regulares, em Setembro de 2015, a NASA postará diariamente imagens coloridas da Terra em um site dedicado ao público. Essas imagens mostrarão diferentes visões do planeta, à medida que execute seu movimento de rotação, e serão disponíveis de 12 a 36 horas depois que forem adquiridas.
O DSCOVR é uma parceria entre a NASA, o NOAA, e a Força Aérea Norte-Americana, com o objetivo primário de manter o monitoramento em tempo real do vento solar, que é crítico para que sejam disparados alertas precisos sobre o clima espacial e para auxiliar nas previsões do NOAA.
Para mais informações sobre o DSCOVR, visite:
http://www.nesdis.noaa.gov/DSCOVR
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