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23 de novembro de 2024

Sonda Mars Express Faz Bela Imagem de Crateras no Interior da Gigantesca Bacia Hellas Em Marte


Craters_within_the_Hellas_Basin


observatory_150105Marcada como uma cicatriz nas terras altas do sul de Marte, está uma das maiores bacias de impacto do Sistema Solar, a Hellas, com um diâmetro de 2300 quilômetros e uma profundidade de mais de 7 quilômetros.

Acredita-se que a Hellas tenha se formado entre 3.8 e 4.1 bilhões de anos atrás, quando um grande asteroide atingiu a superfície de Marte. Desde a sua formação, a Hellas tem sofrido muita modificação com o passar do tempo pela ação do vento, do gelo, da água e da atividade vulcânica.

Crateras de impacto também marcam o vasto assoalho da imensa bacia, duas delas são mostradas nessa imagem, feita pela câmera High Resolution Stereo Camera a bordo da sonda Mars Express no dia 17 de Dezembro de 2013. A resolução da imagem é de cerca de 15 metros por pixel.

Essas crateras localizam-se na porção oeste mais profunda da Hellas, e uma visão assim tão clara é incomum devido às nuvens de poeira que normalmente obscurece o assoalho da bacia. Na verdade, essa região parece estar coberta por uma espessa camada de poeira.

A maior das duas crateras tem cerca de 25 km de diâmetro. Um fluxo de material parece ter sido transportado da parte superior esquerda da imagem para dentro da cratera. Em imagens detalhadas feitas do monte suave e na área imediatamente ao redor dele revela texturas interessantes de onde provavelmente resultaram esses fluxos.

Feições de fluxo são também vistas fora das crateras, e em particular, no parte central esquerda da imagem perto da parte superior do frame. O material também parece ter caído como cascata do anel da cratera maior na sua cratera companheira menor e para mais longe ainda na parte esquerda da imagem.

A morfologia de muitas feições na Bacia Hellas e nos seus arredores sugere fortemente a presença de gelo e de geleiras.

Por exemplo, em primeiro plano e ao redor do anel da crateras, marcas no solo na forma de polígonos são visíveis, indicando a presença de água – esse padrão ocorre quando material fino e poroso se congela no solo.

Na verdade, nas partes mais profundas da bacia, a pressão atmosférica é cerca de 89% mais alta do que na superfície, o que pode até mesmo oferecer condições para a presença de água. As imagens de radar feitas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter da NASA sugerem que algumas crateras na Hellas podem conter geleiras de gelo de água com algumas centenas de metros de espessura, soterradas sob camadas de poeira.

Fonte:

http://www.wired.com/2014/08/wired-space-photo-of-the-day-for-august-2014/#slide-id-1457001:full


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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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