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18 de dezembro de 2024

Telescópios Espaciais da NASA Descobrem Pela Primeira Vez Nuvens Num Exoplaneta

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observatory_150105Astrônomos usando dados dos telescópios espaciais Kepler e Spitzer da NASA criaram o primeiro mapa de nuvens de um planeta além do Sistema Solar, um mundo do tamanho aproximado de Júpiter conhecido como Kepler-7b.

O planeta é marcado por altas nuvens no seu lado oeste e por céus claros no lado leste. Estudos prévios feitos com o Spitzer tinham resultado em mapas de temperatura de planetas orbitando outras estrelas, mas essa é a primeira vez que se consegue observar estruturas de nuvens num mundo distante.

“Observando esse planeta com o Spitzer e com o Kepler, por mais de três anos, nós fomos capazes de produzir um mapa de resolução bem baixa, desse gigantesco planeta gasoso”, disse Brice-Olivier Demory do Massachussetts Institute of Technology em Cambridge. Demory é o principal autor de um artigo aceito para publicação no Astrophysical Journal Letters. “Nós não esperamos ver oceanos e continentes nesse tipo de planeta, mas nós detectamos uma clara assinatura refletiva que nós interpretamos como sendo nuvens”.

O Kepler já descobriu mais de 150 exoplanetas, ou seja, planetas que orbitam outras estrelas fora do Sistema Solar, e o Kepler-7b foi um dos primeiros a terem sido descobertos. Problemas no Kepler o impedirão de continuar buscando por exoplanetas, mas os astrônomos possuem uma quantidade enorme de dados para serem analisados, que foram obtidos durante os mais de quatro anos da missão.

As observações feitas na luz visível pelo Kepler, das fases do  Kepler-7b levaram a criação de um mapa do planeta que mostrou uma mancha brilhante no hemisfério oeste. Mas esses dados não eram suficientes para decifrarem se a brilhante mancha era causada por nuvens ou pelo calor. O Telescópio Espacial Spitzer, teve então um papel crucial para ajudar a responder a esse pergunta.

Como o Kepler, o Spitzer, pode fixar seu foco num sistema de estrelas à medida que um planeta orbita uma estrela, obtendo pistas sobre a atmosfera do planeta. A habilidade do Spitzer de detectar a luz infravermelha, significa que  ele foi capaz de medir a temperatura do Kepler-7b, estimada entre 1500 e 1800 Fahrenheit (1100 e 1300 Kelvin). Essa temperatura é relativamente baixa para um planeta que possui uma órbita tão próxima de sua estrela, 0.06 unidades astronômicas, e de acordo com os astrônomos, muito frio para ser uma fonte de luz medida pelo Kepler. Assim, os astrônomos determinaram a luz vinda da luz da estrela refletida nos topos da nuvens no lado oeste do planeta.

“O Kepler-7b reflete muito mais luz do que a maior parte dos planetas gigantes gasosos que nós conhecemos, que nós atribuímos a nuvens localizadas na atmosfera superior”, disse Thomas Barclay, cientista do Kepler no Ames Research Center da NASA em Moffett Filed, na Califórnia. “Diferente das nuvens na Terra, os padrões de nuvens nesse planeta não parecem mudar muito com o decorrer do tempo, ele tem um clima impressionantemente estável”.

As descobertas são um passo a frente na direção de se usar as técnicas similares para estudar as atmosferas dos planetas mais parecidos com a Terra em composição e tamanho.

“Com o Spitzer e o Kepler juntos, nós temos uma ferramenta multi-comprimento de ondas para dar uma melhor olhada nos planetas que estão a trilhões de quilômetros de distância”, disse Paul Hertz, diretor do Astrophysics Division da NASA , em Washington. “Nós estamos num ponto agora na ciência dos exoplanetas onde nós estamos se movendo além de detectar exoplanetas, e entrar na ciência do entendimento deles”.

O Kepler identificava planetas olhando as quedas na curva de luz da estrelas que ocorreria enquanto o planeta transitava, ou passava na frente de suas estrelas bloqueando a luz. Essa técnica e outras observações  do Kepler-7b revelaram anteriormente que ele é um dos planetas mais leves já encontrados, ou seja, se ele fosse colocado num tubo de água poderia até flutuar. O planeta gira ao redor da sua estrela em menos de cinco dias.

Se você quiser explore todos os 900 explonetas já descobertos no site Eyes on Exoplanets, uma ferramenta de visualização 3D, disponível para download no site http://eyes.nasa.gov/exoplanets. O programa é atualizado diariamente com as últimas descobertas realizadas pela missão Kepler da NASA e por observatórios no solo ao redor do mundo que pesquisam sobre exoplanetas.

O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, gerencia o Telescópio Espacial Spitzer para a NASA. As operações científicas são conduzidas no Spitzer Science Center no Caltech. Os dados são arquivados no Infrared Science Archive localizado no Infrared Processing and Analysis Center no Caltech. O Caltech gerencia o JPL para a NASA. Para mais informações sobre o Spitzer, visitem: http://spitzer.caltech.edu e http://www.nasa.gov/spitzer .

O Ames é responsável pelo desenvolvimento do Sistema de terra do Kepler, das operações de missões e da análise de dados científicos. A Ball Aerospace & Technologies Corp. em Boulder, no Colorado, desenvolveu o sistema de voo e suporta as operações da missão com o Laboratory for Atmospheric and Space Physics na Universidade do Colorado em Boulder. O Space Telescope Science Institute em Baltimore, arquiva e distribui os dados de ciência do Kepler. O Kepler é a décima Discovery Mission da NASA e foi financiada pelo Science Mission Directorate da agência. Para mais informações sobre a missão Kepler, visitem: http://www.nasa.gov/kepler e http://www.kepler.nasa.gov .


Fonte:

http://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?release=2013-296

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Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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