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18 de dezembro de 2024

Uma Ilha no Universo no Aglomerado da Coma

Uma imagem de longa exposição do Telescópio Espacial Hubble mostra uma majestosa galáxia espiral de frente para a Terra localizada no Aglomerado de Galáxias da Coma, que está a uma distância de 320 milhões de anos-luz da Terra na direção da constelação Coma Berenices. A galáxia conhecida como NGC4911, possui ricas linhas de poeira e gás perto do seu centro. Essas feições têm a sua silhueta marcada contra o brilho de aglomerados de estrelas recém nascidos e nuvens rosas de hidrogênio, a existência dessas nuvens por sua vez indicam regiões de formação de estrelas que irão surgir. O Hubble também registrou nessa imagem os braços espirais externos da NGC 4911, juntamente com milhares de outras galáxias de tamanhos variados. A alta resolução das câmeras do Hubble juntamente com o grande tempo de exposição permitem revelar e observar os detalhes mais escondidos dessas ilhas cósmicas.

A NGC 4911 e outras galáxias espirais próximo do centro do aglomerado estão sendo transformada pela força gravitacional de seus vizinhos. No caso da NGC 4911, arcos dos braços espirais externos da galáxia estão sendo puxados e distorcidos por forças geradas pela sua galáxia companheira a NGC 4911A, no canto superior direito da imagem. O material retirado resultante será eventualmente dispersado pelo núcleo do Aglomerado da Coma, onde será utilizado como combustível para populações intergalácticas de estrelas e de aglomerados de estrelas.

O Aglomerado da Coma é o lar de quase 1000 galáxias, fazendo dele uma das mais densas coleções de galáxias no universo próximo. Ele continua a transformar galáxias no tempo presente, devido principalmente às interações entre as galáxias localizadas no aglomerado. Essas interações disparam vigorosos processos de formação de estrelas.

As galáxias neste aglomerado estão tão densamente unidas que elas passam por interações e colisões de forma freqüente. Quando galáxias próximas com massas parecidas se fundem, elas formam galáxias elípticas. Os processos de fusão entre as galáxias são mais comuns de acontecerem no centro do aglomerado onde a densidade de galáxias é maior, fazendo assim com surjam muito mais galáxias elípticas.

A imagem em cor natural do Hubble, combina dados obtidos em 2006, 2007 e 2009 da Wide Field Planetary Camera 2 e da Advanced Camera for Surveys e para alcançar tal detalhamento precisou de um tempo de exposição de 28 horas.

Fonte:

http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2010/24/

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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