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22 de novembro de 2024

As Rochas do Vesta – Parte 3: Diogenites


Continuando na descrição dos meteoritos do tipo HED (howardite, eucrite e diogenite) que é considerado o maior grupo de meteoritos existentes e de onde provavelmente o asteroide Vesta se originou, origem essa que está a cada dia ganhando mais força graças às observações feitas pela sonda Dawn, vamos explicar agora um pouco sobre os diogenites. Os diogenites se originam das profundezas da crosta do Vesta e lembram rochas, tanto em textura como na composição, encontradas na parte inferior da crosta da Terra. As amostras de diogenites mostradas acima, a QUE 99050 (esquerda) e a GRA 98108 (direita) foram recuperadas na Antártica. Essas imagens mostram uma seção delgada dos meteoritos observadas através de um microscópio polarizador. As barras brancas encontradas na imagem representam a escala e medem 2 milímetros de comprimento. Quando a luz polarizada passa através das seções delgadas da rocha, diferentes minerais  apresentam-se com diferentes cores. A amostra QUE 99050 (esquerda) consiste de grandes cristais cinzas e amarelos de piroxênio (silicato de ferro e magnésio) e constitui um subgrupo dos diogenites chamado de diogenites ortopiroxeníticos (ortopiroxeníticos é o nome que é dado à rocha composta principalmente do mineral conhecido como ortopiroxênio). Já a amostra GRA 98108 (direita) é mais máfica, ou seja, rica em magnésio e ferro, ela é constituída aproximadamente de porções iguais de piroxênio e de olivina que é muito mais brilhante e colorida, a olivina é um silicato de ferro e magnésio, pobre em ferro. Acredita-se que essa rocha rica em olivina, chamada de diogenitos harzburgíticos, onde harzburgito é o nome dado para uma rocha composta de uma mistura de minerais de ortopiroxênio e olivina, represente as rochas mais profundas do Vesta que nós temos na coleção de meteoritos. Os diogenites, como esse, compreendem uma fração da crosta inferior do Vesta e suas composições podem ser comparadas com as medidas feitas pela sonda Dawn. Essas amostras podem ser comparadas com o espectro obtido pelo instrumento VIR (Visible and Infrared Imaging Spectrometer) para determinar a mineralogia e com medidas feitas pelo GRaND (Gamma Ray and Neutron Detector), medidas essas que servem para calibrar e interpretar as respostas do instrumento GRaND. Rochas similares provavelmente tenham sido escavadas por grandes impactos, como o que formou a Bacia Rheasilvia no polo sul de Vesta.

Fonte:

http://dawn.jpl.nasa.gov/multimedia/imageoftheday/image.asp?date=20111204


Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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