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23 de novembro de 2024

Os Marcadores de Tempo da Lua

Os astrônomos amadores quando observam a Lua, normalmente observam as crateras lunares e as bacias, mas grande parte dos cientistas planetários, como por exemplo, Gene Shoemaker e seus colegas no US Geological Survey, concentram suas observações nos detritos que são originados dessas depressões. Nós não podemos saber quando uma determinada cratera se formou mas nós podemos ter confiançaa de que feições cobertas por seus raios e crateras secundárias são mais velhas. As bacias, como são crateras de impacto maiores, emitem uma quantidade de detritos ainda maior sobre a superfície da Lua. O material ejetado por uma bacia no momento de sua formação pode se estender cobrindo metade da superfície da Lua. Esse material ejetado de bacias se transforma então em um fantástico marcador permitindo então aos cientistas separarem cada feição da Lua como sendo mais jovem ou mais velha do que cada evento que formou uma bacia. O marcador de tempo mais jovem de uma bacia, vem da bacia Orientale, vista nessa imagem, no horizonte, e tudo que aparece nessa imagem foi coberto pelo material ejetado no momento da formação da bacia ou está enterrado nele. Por exemplo, a bacia de impacto de anel duplo Grimaldi é mais velha que a Orientale, mas a lava escura que preenche o material ejetado é mais jovem. A cratera Sirsalis, na parte inferior esquerda da imagem, e o seu longo canal que corta o material ejetado é mais jovem que a Bacia Orientale. Esse tipo de observação pode ser feita para qualquer cratera e bacia na Lua e assim gradativamente pode-se construir a seuquência de eventos que ocorreram em toda a Lua. Isso é o que a equipe do USGS Moon Mappers fez a aproximadamente entre 40 e 50 anos atrás para determinar qual seria a coluna estratigráfica da Lua. Agora com as imagens das sondas, principalmente da LRO que gera imagens em altíssima resolução da Lua, essa sequência temporal pode ser examinada novamente, atualizada e até corrigida se for o caso.

Fonte:

https://lpod.wikispaces.com/July+7%2C+2011

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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