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19 de dezembro de 2024

Um Velho Rio de Lava na Lua Que Deixou Sua Marca

Esse sinuoso canal na Lua é uma pequena parte do Vallis Schröteri, que é considerado o maior canal do nosso satélite, e que na verdade é formado por dois canais. O maior canal, com 155 km de comprimento, atravessa o Platô Aristarchus, e o menor, um canal interno curvo com 204 km de comprimento atravessa o interior do canal maior. Esses dois canais podem ter se formado durante dois diferentes eventos vulcânicos, ou podem representar uma mudança no volume de um único evento com o passar do tempo. O canal maior é formado quando o fluxo de lava era maior em volume. O canal interno subsequentemente atravessou o interior do canal maior após uma nova erupção. Os geólogos fazem perguntas do tipo, por que o canal interno fluiu mais longe do que o canal maior? O fluxo do magma foi mais rápido no caso do canal menor? Os cientistas não entendem completamente como os canais se formaram na superfície da Lua, mas existem duas teorias principais.

De forma geral, os canais se formaram quando grandes volumes de um material muito fluido, ou seja, com baixa viscosidade foi expelido e começou a fluir rapidamente. A lava derretida pode então ter escavado um canal na superfície da Lua através do poder erosivo do fluxo de magma que então foi drenado, deixando para trás somente um leito de rio vazio. Uma teoria alternativa propõe que a lava inicialmente formou transbordamentos nas bordas do fluxo que então confinou o fluxo formando um canal ao invés de se espalhar em uma grande superfície como um mar.

O Vallis Schröteri começa em uma cratera de 6 km de diâmetro a norte da Herodotus. Algumas pessoas chamam o início do canal de Cabeça de Cobra pelo fato de lembrar uma cobra. O canal tem uma largura máxima de 10 km. Para se ter uma comparação, o Grand Canyon na Terra, que foi formado pelo fluxo de água tem uma largura que varia de 6.4 até 29 km.

Fonte:

http://lroc.sese.asu.edu/news/index.php?/archives/415-Old-Man-River-of-Lava.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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