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18 de dezembro de 2024

O WISE Como o van Gogh do Céu Infravermelho Registra a Nebulosa NGC 2174

O Wide-field Infrared Survey Explorer da NASA, ou WISE, é como um pintor de sucesso como o Vincent van Gogh do céu infravermelho. Como o famoso pintor impressionista criou belas imagens da natureza através do uso de cores e luz, o WISE deu ao mundo imagens espetaculares do cosmos representando a luz infravermelha através de cores. Essa imagem da nebulosa NGC 2174, na fronteira das constelações Gemini e Orion é um exemplo perfeito.

As cores nessa imagem podem parecer como pinceladas de tinta, mas na verdade representam comprimentos específicos da luz infravermelha. As partículas da poeira interestelar são aquecidas pelos aglomerados estelares  no centro da nebulosa e brilham em comprimentos de onda de 12 e 22 mícron, que o WISE representa nas cores verde e vermelho. As estrelas em azul e ciano espalhadas pela aquarela da imagem são quentes se comparadas com a poeira e emitem luz nos comprimentos de onda de 3.4 e 4.6 mícron.

Chamada carinhosamente de Nebulosa do Macaco, por alguns, a NGC 2174 é uma nuvem de gás e poeira que envolve o aglomerado de estrelas NGC 2175. À medida que o aglomerado estelar aquece a nebulosa, a poeira começa a brilhar em infravermelho. Fortes ventos e radiação proveniente das estrelas sopram para longe o material próximo criando a estrutura em forma de concha. A NGC 2174 foi descoberta em 1877 pelo astrônomo francês Jean Marie Stephan, que usou um telescópio refletor de 80 cm  no Observatório de Marseille para realizar tal descoberta. Hoje, ela é um alvo favorito para astrônomos amadores pois ela pode ser vista através de binóculos de pequenos telescópios.

Outra nebulosa pode ser vista na metade superior dessa imagem. Nesse caso, o gás é aquecido pela estrela massiva conhecida como TYC 1326-964-1. A matéria entre as estrelas nessa nebulosa é chamada de GS55 85, com as iniciais iguais as iniciais dos astrônomos que a descobriram e primeiro catalogaram nos anos de 1950. Alguns objetos estelares jovens coloridos em vermelho podem ser vistos dispersos através dessa nebulosa. Esses objetos são estrelas formadas recentemente e que ainda estão envolvidas na nuvem de poeira que as originou. Próximo do topo da imagem e na direção esquerda localiza-se um estrela brilhante azul conhecida como HR2190, que é na verdade uma estrela anã vermelha. As anãs vermelhas estão no lado mais frio e apagado para as estrelas, assim o brilho relativo da HR2190 na imagem significa que ela está muito mais próxima de nós do que a nebulosa.

Fonte:

http://wise.ssl.berkeley.edu/gallery_NGC2174.html

 

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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