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Astrônomos Preparam Relatórios Climáticos Para Exoplanetas do Tamanho de Júpiter

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Astrônomos usando dados coletados pelo Telescópio Espacial Kepler da NASA encontraram evidências de ciclos climáticos diários em 14 exoplanetas gigantes gasosos.

“Nós determinamos o clima nesses mundos alienígenas (Kepler-5b, 6b, 7b, 8b, 10b, 12b, 41b, 43b, 76b, 91b, 412b, TrES-2b, HAT-P-7b e KOI-13b), medindo as mudanças enquanto os planetas orbitavam suas estrelas hospedeiras, e identificando o ciclo de dia-noite. Nós rastreamos cada um deles, através de um ciclo de fases em cada diferente porção do planeta, iluminada pelas estrelas, desde o hemisfério completamente iluminado, até ele completamente escuro”, disse Lisa Esteves, uma candidata a PhD na Universidade de Toronto.

A maior parte dos planetas no estudos são muito quentes e grandes, com temperaturas maiores que 1600 graus Celsius – condições longe de serem hospitaleiras para a vida, mas excelentes para medidas de fase.

Entre as descobertas estão indicações de manhãs nubladas nos exoplanetas Kepler-6b, Kepler-7b, Kepler-8b, Kepler-41b e tardes quentes e limpas em dois exoplanetas, Kepler-76b e HAT-P-7b.

Pelo fato dos planetas estarem muito próximos de suas estrelas, espera-se que eles tenham uma rotação no sentido contrário ao relógio, com o lado direito movendo-se na direção da órbita de cada exoplaneta. Isso faz com que o movimento para leste da superfície do exoplaneta e então uma circulação de ventos atmosféricos para leste.

Como um resultado, as nuvens que formam no lado noturno do exoplaneta, onde as temperaturas são mais frias enquanto esse lado fica voltado para longe da estrela, seriam sopradas para o lado da manhã.

“À medida que os ventos continuam a transportar as nuvens para o lado iluminado, elas são aquecidas e se dissipam, deixando a tarde com um céu sem nuvens. Esses ventos também empurram o ar quente para leste desde o meridiano, onde é o meio do dia, resultando em temperaturas mais altas na tarde”, disse Esteves, que é o primeiro autor do estudo publicado no Astrophysical Journal.

Para quatro dos planetas, os astrônomos observaram um excesso de brilho nos dados que correspondem a quando o lado da manhã é visível. Para os outros dois, eles viram um excesso quando o lado noturno estava visível.

“Comparando as temperaturas anteriormente determinadas dos planetas para a fase de ciclo medidas fornecidas pelo Kepler, eles encontraram que o excesso de brilho no lado da manhã é provavelmente gerado pela luz da estrela refletida. Esses quatro planetas não são quentes o suficiente para gerar esse excesso de luz através das emissões térmicas”, disse Esteves.

“O excesso de luz visto nos dois planetas muito quentes pode ser explicado por emissões térmicas. Uma explicação provável é que nesses dois planetas, os ventos estão movendo o ar quente em direção ao lado noturno, resultando num excesso de brilho”.

O co-autor do estudo, Ray Jayawardhana, da Universidade de York, adicionou: “em algum dia em breve nós temos a esperança de falar sobre a previsão de tempo em mundos alienígenas não muito maiores que a Terra, e poderemos assim fazer comparações com o nosso planeta”.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/science-weather-exoplanets-02795.html

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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