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17 de novembro de 2024

W51 – Uma Bela Região de Formação de Estrelas Observada Pelo Spitzer

A nebulosa conhecida como W51 é uma das regiões de formação de estrelas mais ativa na Via Láctea. Ela foi identificada pela primeira vez em 1958 por meio de rádio telescópios. E ela que aparece nessa linda imagem feita pelo Telescópio Espacial Spitzer da NASA e que se parece com uma tapeçaria.

Localizada a cerca de 17000 anos-luz de distância da Terra, na direção da constelação de Aquila, no céu noturno, a W51 tem cerca de 350 anos-luz de diâmetro. Ela é quase invisível a telescópios que coletam a luz visível, o tipo de luz que o olho humano detecta, isso porque a sua luz é bloqueada por nuvens de poeira interestelar localizada entre a W51 e a Terra. Mas comprimentos de onda mais longos de luz, incluindo as ondas de rádio e o infravermelho podem passar pelas nuvens de poeira e chegar intactos até os detectores. Quando observada através do Spitzer que observava o universo no infravermelho, a W51 é um verdadeiro espetáculo, a sua emissão total de infravermelho é equivalente a 20 milhões de sóis.

Se fosse possível ver a olho nu, essa densa nuvem de poeira e gás apareceria no céu maio do que a Lua Cheia. A Nebulosa de Orion, outra região de formação de estrelas bem conhecida e talvez o alvo favorito para astrônomos amadores, ocupa no céu uma área que tem aproximadamente esse mesmo tamanho. Mas a W61 está muito mais distante da Terra do que a Nebulosa de Orion, é muito maior e também 75 vezes mais luminosa. Enquanto a Nebulosa de Orion possui 4 estrelas conhecidas do Tipo-O, o tipo de estrela mais massivo no universo, a W51 possui mais de 30.

As fábricas de estrelas como essa podem operar por milhões de anos. A região cavernosa em vermelho no lado direito da imagem da W51 é mais velha, evidenciando que ela já foi esculpida pelos ventos gerados por gerações de estrelas massivas, estrelas que são no mínimo 10 vezes mais massivas do que o nosso Sol. A poeira e o gás na região são varridos quando as estrelas morrem e explodem como supernovas. No lado esquerdo mais novo da nebulosa, muitas estrelas estão apenas começando a limpar o gás e a poeira da mesma maneira que as estrelas estão fazendo na região mais velha. É aparente que muitas dessas estrelas jovens estão no processo de formar bolhas de espaço vazio ao seu redor.

Essa imagem foi feita como parte de uma grande campanha de observação pelo Spitzer em 2004 para mapear a estrutura de grande escala da Via Láctea, o que é um grande desafio, pois nós estamos dentro da nossa galáxia. Esse projeto chamava Galactic Legacy Infrared Mid-Plane Survey Extraordinaire, ou GLIMPSE, o projeto que também nos trouxe dados valiosos sobre muitas maravilhas dentro da Via Láctea, incluindo imagens de múltiplas fábricas estelares, como a W51, que estavam escondidas pela poeira das observações da luz visível.

As imagens espetaculares fornecidas pelo Spitzer através do GLIMPSE, integradas com os dados de muitos outros telescópios complementares, nos deu ideias sobre como as estrelas massivas se formam na nossa Via Láctea, e então como seus ventos poderosos e a radiação interagem com o material remanescente no ambiente. Nós não podemos observar as regiões de formação de estrelas em outras galáxias no nível de detalhes que observamos na nossa galáxia. Então, as regiões como a W51 são muito importantes para que possamos avançar nosso entendimento sobre a formação de estrelas na Via Láctea, que nós podemos então extrapolar para saber como a formação de estrelas acontecem em outras galáxias, principalmente nas galáxias próximas.

O Telescópio Espacial Spitzer da NASA, foi lançado a 17 anos atrás, no dia 25 de agosto de 2003. O telescópio foi aposentado no dia 30 de janeiro de 2020. Apesar da missão ter sido concluída, os dados científicos coletados pelo Spitzer durante a sua vida estão disponíveis para o público através dos arquivos de dados do Spitzer, que ficam armazenados no Infrared Science Archive no IPAC no Caltech em Pasadena, na Califórnia.

O Jet Propulsion Laboratory da NASA, uma divisão do Caltech, gerenciou as operações de missão do Spitzer para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. As operações científicas foram conduzidas no Spitzer Science Center no IPAC no Caltech. As operações da sonda foram baseadas no Lockheed Martin Space em Littleton, no Colorado.

Fonte:

https://www.jpl.nasa.gov/news/news.php?feature=7735

Sérgio Sacani

Formado em geofísica pelo IAG da USP, mestre em engenharia do petróleo pela UNICAMP e doutor em geociências pela UNICAMP. Sérgio está à frente do Space Today, o maior canal de notícias sobre astronomia do Brasil.

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